O Tribunal de Aveiro começou hoje a julgar, em processos independentes, dois suspeitos de terem ateado incêndios florestais no último verão em Vagos e Oliveira do Bairro, que consumiram mais de um hectare de mato e floresta.
Um dos casos remonta ao dia 12 de agosto, cerca das 18:00, quando um trabalhador rural, de 55 anos, terá ateado um fogo a uma zona florestal em Calvão, no concelho de Vagos.
Segundo o Ministério Público (MP), o incêndio foi ateado com um isqueiro, através de chama direta, e uma garrafa com um líquido de cor amarela que o arguido transportava.
O tempo seco e o calor favoreceram o alastrar das chamas, originando quatro focos de incêndio que consumiram uma área florestal de 9.000 metros quadrados.
Perante o coletivo de juízes, o suspeito negou a intenção de atear o incêndio florestal, admitindo ter acionado o isqueiro sem querer, quando andava à procura de lenha para queimar.
"Tinha um isqueiro no bolso que caiu e depois quando fui para o agarrar, incendiei aquilo sem saber. Tentei apagar, mas não consegui e não tinha saldo para chamar os Bombeiros", afirmou o arguido, adiantando que a garrafa que transportava continha gasolina para colocar na mota.
Num outro caso, uma mulher, de 53 anos, é acusada de ter ateado dois incêndios florestais em Oliveira do Bairro, no dia 13 de agosto de 2016, pelas 20:00.
Segundo o MP, a mulher deslocou-se de carro até uma área florestal envolvente da zona Industrial de Bustos e atirou fósforos e um cigarro para uma zona de mato seco, dando origem a chamas que não se auto extinguiam.
Depois, a mulher ter-se-á deslocado para um outro eucaliptal, situado a cerca de 500 metros do local onde ocorreu o primeiro incêndio, e ateou novo fogo, lançando um fósforo para a vegetação ali existente.
Os dois incêndios foram combatidos por uma corporação de Bombeiros, apoiados por veículos cisterna, tendo consumido uma área de cerca de 1.700 metros quadrados.
A mulher, que está acusada de dois crimes de incêndio florestal agravado, confessou os factos, atribuindo o ato a um sentimento de desespero, após ter recebido uma má notícia.
"Fiquei em choque, descontrolada. Tenho noção de tudo. Nunca fiz mal a ninguém. Estou muito arrependida", disse a arguida, garantindo ao tribunal que esta situação não voltará a repetir-se.
Fonte: Noticias ao Minuto
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