39 bombeiros de Cete não voltam ao serviço em protesto - VIDA DE BOMBEIRO

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

39 bombeiros de Cete não voltam ao serviço em protesto

39 bombeiros da corporação de Cete, em Paredes, entregaram, na noite desta quinta-feira, os capacetes e pediram a passagem ao Quadro de Reserva.

Apesar de defenderem que o socorro à população fica em perigo com esta ação de protesto, garantem que só voltarão ao serviço depois da demissão do comandante José Luís Silva e da direção da associação humanitária. Uma hipótese que está longe de se concretizar, porque o comandante sustenta que ele e os órgãos sociais estão unidos e irão continuar nos cargos até final do ano.

Não foi a primeira vez que a maioria dos bombeiros do Quadro Ativo de Cete entregou os capacetes. Já o tinham feito há cerca de 15 dias, mas voltaram atrás na esperança de verem as suas reivindicações atendidas. Mas, após uma reunião realizada na noite desta quinta-feira, concretizaram a ameaça e assinaram as cartas a pedir para deixarem de efetuar serviço.

Na base deste protesto estão, dizem, vários problemas que têm afetado a corporação ao longo dos últimos anos. Desde logo a ausência do comandante nos diferentes teatros de operações. Sustentam também que foi proibido o toque de sirene para fogos florestais, que há avaliações ilegais de bombeiros e introdução de horas fictícias de serviço. A falta de comunicação de ordens de serviço, formação inexistente para os voluntários e incumprimento de regras na condução de processos disciplinares são outras das acusações.

Os bombeiros contestatários acusam, igualmente, o comandante de alterar notas de avaliação de estagiários, de manter elementos na escala que não prestam serviço há oito anos e de permitir que o quartel tenha apenas um elemento de serviço durante toda a noite. "A média do tempo de resposta a chamadas de emergência é de 15 minutos", asseguram.

Já no que diz respeito à direção da associação humanitária, os bombeiros demissionários frisam a falta de transparência das contas, sobretudo por não serem revelados os valores angariados em eventos realizados pelos voluntários. Dizem ainda que há diretores a conduzir veículos operacionais, outros a dar ordens ao comando e de todos terem, com o beneplácito do comandante, "fechado numa sala alimentos dados pela população, enquanto os bombeiros passavam fome e sede" durante o combate aos fogos do último verão.

Comandante surpreendido

"Este é um problema interno, que surgiu de um momento para o outro. Vou falar com cada um dos bombeiros para tentar perceber o que está a acontecer. O socorro não está em causa, até porque ninguém oficializou o pedido de passagem ao Quadro de Reserva", contrapõe o comandante. José Luís Silva acrescenta que, na reunião desta quinta-feira, "ninguém expôs as razões para ir embora". "Parece-me que isto é sede de poder", declara.

Assim, José Luís Silva, que foi nomeado comandante há dois anos, depois de dez no quadro de comando, não irá demitir-se. Pelo menos para já. "A direção tem confiança em mim e, até final do ano, estamos cá todos. Mas também não estou agarrado ao poder e, se constatar que o problema sou eu, vou embora", assumiu.

Fonte: JN

Sem comentários:

Enviar um comentário