Pedro Cruz encontrou um pelotão de bombeiros, numa área de serviço na autoestrada, que foi ignorado por todos.
Hoje, numa área de serviço da A1, um pelotão de bombeiros entrou para uma pausa.
Tentavam comer algo, tomar um café.
Vinham extenuados. Derreados. Uma das voluntárias estava debilitada. Mal conseguia andar.
Estavam sujos, amarrotados, a cheirar a fumo.
No bar, a fila de turistas, emigrantes e viajantes em trânsito não tinha fim.
Ninguém, sequer, olhou para eles.
Ninguém lhes deu lugar na fila.
Ninguém lhes agradeceu pelo que fazem.
Os presentes limitaram-se a ignorar aqueles homens e mulheres, exaustos, de regresso ao quartel depois de horas e horas na linha de fogo a cuidar do que não é deles e do que é nosso, de todos.
Eles, cansados, desistiram.
Deram meia volta e saíram.
Não tinham, certamente, paciência para esperar numa fila.
Nem mereciam.
Tive, confesso, vontade de os aplaudir ali mesmo, no meio de quem estava.
De retribuir com um gesto aquilo que fazem por nós.
De agradecer.
Por serem cidadãos melhores que nós.
Por se importarem.
Por serem voluntários.
Por darem do seu tempo, das suas vidas.
Por nos protegerem.
Por estarem sempre prontos e de prontidão.
Por terem espírito de missão e do dever.
Por terem sentido de serviço.
(algo que falta muito a muitos políticos, gestores públicos e funcionários de topo: sentido de serviço)
E, antes que me insultem, sim, eu também não fiz nada.
E devia.
Mas faço agora.
Obrigado.
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