Que inferno aquele inferno!
Rubro negro, que foi verde e
que virou cinza, castanho e preto!
Que destrói tudo no seu caminho
até a pedra lasca e parte,
até o alcatrão da estrada derrete...
Tudo mata.
A verde flora de árvores lindas e frondosas,
de plantas silvestres belas e harmoniosas
que nunca mais exalarão aromosos perfumes.
Os arbustos, as ervas, tudo, tudo mata
e transforma em cinza!...
E a fauna?
Os bichinhos, as aves!?
Olha aquela perdiz que voou de uma encosta
à outra e caiu pela falta de oxigénio
provocado pelo denso fumo, e perece...
Olha a águia de asa redonda que não tem
sequer uma árvore para pousar!
Olha a raposa e o javali que não tem por
onde fugir porque há lume por todo o lado!
Olha o tentilhão,a noitibó, o pisco que
simplesmente desapareceram!...
E as pessoas?
As pessoas que ficaram sem suas casas,
culturas, palheiros, gados, uma vida...
Nada mas nada será como era, e eu para ali
com os meus camaradas impotentes
perante aquele tenebroso gigante de
lume, calor e fumo.
Todos numa azáfama para salvar-mos o que podia-mos:
As casas, os palheiros, alguns animais,
mas somos tão pequeninos!
Insignificante-mente pequeninos
perante o dantesco gigante...
Sofremos a bom sofrer, trabalhámos muito,
expusemo-nos e fomos até à exaustão,
mas a natureza essa não.
NÃO SALVAMOS A NATUREZA.
Luís Pimentel
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