Porque a tradição ainda é… - VIDA DE BOMBEIRO

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domingo, 29 de novembro de 2015

Porque a tradição ainda é…


É usual o termo “grande família” quando a temática versa bombeiros, um termo que traduz união e camaradagem entre elementos que partilham a mesma missão e similar apego à causa. Contudo, a realidade é que em muitos casos, um pouco por todo o País o ingresso nos quartéis, constitui, verdadeiramente, uma tradição familiar, mantida por várias gerações, uma espécie de herança genética, que continua a ser, em muitos casos, providencial não só para garantir a renovação dos recursos humanos, mas também para preservar um peculiar bairrismo que dignifica, mantém vivas e engrandece as instituições.

Exemplos não faltam desta ímpar linhagem de bombeiros que faz questão de deixar herdeiros, de manter o apelido inscrito no quadro ativo ou em muitos casos, o nome de família representado nas equipas diretivas. Curiosamente, quando a sucessão natural ou direta é quebrada, há sempre um sobrinho, um primo ou até um afilhado que assume como que a “obrigação moral” de abraçar a causa cativado pelas histórias ouvidas vezes sem conta, ou pelo som da sirene o aprumo da farda ou brilho das medalhas.

Diz quem conhece bem este meio muito particular, que estes são elementos valiosos, que sabem ao que vão, conhecem as dificuldades de uma carreira cumprida, na maioria dos casos, em regime de voluntariado, com prejuízos para as vidas profissional e familiar. Estes legatários do lema “Vida por Vida” honram esse testemunho, mesmo conhecendo os perigos de muitas missões, nos mais difíceis teatros de operações, para onde vão sem a certeza do regresso.

Num destes dias estivemos com os Voluntários do Alvito e testemunhamos o incomensurável orgulho do comandante António Piteira nas suas filhas, dignas seguidoras do caminho trilhado pelo pai há já trinta anos. Contou-nos, com ternura de pai nos olhos, que “as três ingressaram, ainda muito jovens, nos bombeiros”, uma por questões pessoais e profissionais tomou outro rumo, mas que Verónica e Patrícia, por decisão e mérito próprios, integram este contingente de paz e dedicam tempo e saber ao próximo, inspiradas, certamente, no percurso do progenitor.

Exemplos como os de Verónica ou de Patrícia são, felizmente, comuns provando que não existem imponderáveis ou indisponibilidades que impeçam os herdeiros dos “genes de bombeiro” de cumprirem o seu destino, talvez porque, nestas como noutras circunstâncias, a tradição ainda é o que era.

Sofia Ribeiro
LBP

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