“Os bombeiros continuam a precisar de quartéis, a necessitar de recuperá-los, continuam a precisar de equipamentos e, por isso, o Portugal 2020 necessita de ter uma percentagem destinada aos bombeiros à dimensão daquilo que nestes 7 anos possa contemplar as suas grandes dificuldades”, defendeu o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) durante a sessão promovida pela Área Metropolitana de Lisboa (AML) para entrega de equipamentos de proteção individual (EPI).
Foram entregues EPI a metade dos efetivos de bombeiros existentes na AML, ou seja, a 2330 elementos, englobando 1700, de 46 associações de bombeiros do distrito de Lisboa e do Regimento Sapadores Bombeiros de Lisboa e 630, de 16 associações da Península de Setúbal e da Companhia de Sapadores de Setúbal.
Na sua intervenção, o comandante Jaime Marta Soares, dirigindo-se à responsável do POVT presente, enfatizou ainda que “as dificuldades dos bombeiros não são eles que as criam, acontecem porque todos os dias eles estão atentos para defender as vidas e os haveres das populações, substituindo o Estado, no fim de contas, substituindo os poderes públicos instituídos, com um exército de mais de 30 mil mulheres e homens que são o principal agente de proteção civil em Portugal”, que “precisa de ferramentas que alavanquem uma boa prestação de socorro, é tão só isso que se pretende”, ou seja, “os bombeiros precisam de ser tratados à medida do que é a sua prestação na sociedade portuguesa”.
O comandante Jaime Soares lembrou que a LBP entrou neste processo desde o início e que, desde logo, pediu “que fosse tratado de forma expedita”.O presidente da LBP defendeu a necessidade futura de aligeirar os procedimentos burocráticos para a obtenção de EPI. “Não ponho em causa que os responsáveis das áreas metropolitanas e das CIM não se tenham empenhado para que as coisas andassem, não ponho isso minimamente em causa, mas o que é verdade é que os bombeiros estiveram à espera dois anos”.
Perante o secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, que presidiu à cerimónia, o comandante Jaime Soares propôs ao governante uma alteração à lei “para que esta burocracia administrativa em situações de emergência possa ser tratada de outra forma”, lembrando que “nós respeitamos a lei, quem somos nós, LBP, para não a respeitar mas não podemos deixar de levantar a nossa voz contra esta burocracia excessiva”.
Conforme referiu o primeiro secretário Metropolitano, Demétrio Alves, o processo de obtenção dos EPI envolveu um investimento superior a um milhão de euros, 85 por cento dos quais coberto pelo POVT, 7,5 por cento pela ANPC e os restante 7,5 pelos 18 municípios da AML.
A sessão, realizada no salão nobre do Edifício Mascarenhas, sede da AML, em Lisboa, contou também com as presenças, do presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa, Basílio Horta, do diretor nacional de bombeiros da ANPC, Pedro Lopes, do comandante de Agrupamento Distrital do Agrupamento Sul da ANPC, Elísio Oliveira, da comandante operacional distrital de Setúbal, Patrícia Gaspar, do comandante distrital de Lisboa, Carlos Mata, do segundo comandante do Regimento de Sapadores de Lisboa, da responsável pela área operacional para a prevenção e gestão de riscos do POVT, Isabel Martins, para além de presidentes de câmaras municipais, representantes de autarquias, dirigentes e elementos de comando das associações e corpos de bombeiros abrangidos.
LBP