A ASPROCIVIL – Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Proteção Civil, nos seus comunicados de Março e Abril, ALERTOU o País e as Entidades responsáveis pelo Setor da Proteção Civil, para o fato de que, atendendo às carateristicas deste Inverno, era previsível um aumento substancial dos combustíveis finos, esta realidade, conjugada ainda com a realidade dramática de algumas Associações de Bombeiros Portugueses, que estão a entrar num processo de falência, poderia traduzir-se num verão de incêndios de dimensões grandes, repetindo-se o drama de todos os anos!
Defende a ASPROCIVIL que é fundamental conjugar esforços das entidades do setor e da população em geral para se concentrarem nas medidas de prevenção, informação, fiscalização e de auto-protecção.
Apelamos por isso de novo ao Governo, à Autoridade Florestal Nacional (AFN), às Câmaras Municipais, Associações de Agricultores, aos proprietários privados, às concessionárias de auto-estradas e estradas, para que procedam a trabalhos e ações de prevenção, nomeadamente na criação de áreas de proteção, de acessos dos meios operacionais, limpeza de propriedades e de combustíveis finos nas beiras de estradas e auto-estradas.
A ASPROCIVIL entende, que com a entrada nos meses mais quentes e dada a nova realidade climatérica que cada vez mais se afirma em Portugal, ficam criadas (conforme se vê) condições para o aparecimento de grandes incêndios florestais pelo que propomos:
Aplicação de forma efetiva a legislação em vigor e fiscalização eficaz do seu cumprimento, de forma a enquadrar a atividade humana no interior das matas e florestas, as atividades pirotécnicas, em especial as das festas, de queima de sobrantes agrícolas e de criação de pasto tanto fora dos chamados “meses de verão” como nos meses críticos.
A formação dos agricultores e dos restantes operadores do setor, incluindo os do Estado, quanto a esta matéria.
O apoio efetivo e urgente às Associações de Bombeiros que se encontram à beira da falência, face ao estrangular da sua atividade, nomeadamente no transporte de doentes, que originou a perda de verbas necessárias à sua sustentabilidade financeira.
Criação de aceiros e manutenção dos existentes,
Compartimentação da Floresta.
Criação de novos pontos de água e hidrantes de apoio logísticos aos meios de intervenção.
Pré-posicionamento de Meios de Intervenção em locais estratégicos e criação de equipas de 1ª intervenção por parte de Entidades publica ou privadas com grandes zonas verdes.
HABITAÇÕES EM PERIGO
UMA REALIDADE QUE COMPROVA A INEFICÁCIA DA LEGISLAÇÃO
Queremos aqui igualmente destacar, a importância de garantir a existência e manutenção de zonas de proteção na envolvência das habitações e outras construções num raio de pelo menos 50m, de forma, a que os meios de combate a incêndios tenham a possibilidade de efetuar uma defesa ativa e consequente de pessoas e bens. Empenhando menos meios e diminuindo o risco para essas construções.
A inobservância destas regras, tem consequências como as que aconteceram hoje em Portela, Tomar!
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Um outro aspeto que preocupa a ASPROCIVIL é a insuficiência dos meios aéreos, bem como a não disponibilização atempada dos Equipamentos de proteção Individual para todos os Bombeiros. Este facto poderá colocar em risco acrescido a sua saúde, vida e integridade física, podendo ser fator de vulnerabilidade que condicione as decisões dos Comandantes Operações de Socorro nos Teatros de Operações.
Por fim, apela-se igualmente ao Governo, mas também ao espírito de serviço público da Comunicação Social, para em conjunto garantirem uma informação permanente e generalizada sobre as atitudes e comportamentos a ter e/ou a evitar por parte dos cidadãos e das empresas.
Lisboa, 7 de Julho 2015, A AsproCivil
Ricardo Ribeiro, PRESIDENTE
Fonte: http://www.asprocivil.pt/