As mortes por doenças respiratórias em Portugal aumentaram cerca de 30 por cento em 15 anos, com a mortalidade por pneumonias a registar um crescimento superior a 50 por cento.
Os dados foram hoje apresentados em Lisboa e constam do relatório de 2014 do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias.
Segundo o documento, em 2013 morreram mais de 13 mil pessoas por doença respiratória, quando em 1998 os óbitos foram pouco acima dos 10 mil.
Para os responsáveis do Observatório, a evolução "mais preocupante" foi a das pneumonias, com um aumento da mortalidade superior a 50%, seguindo-se os cancros do aparelho respiratório (pulmão, traqueia e brônquios), com um aumento de 33 por cento.
Relativamente às pneumonias, o número de mortes em 2013 foi de 5.935, o que dá uma média de 16 óbitos por dia.
Em comparação com o ano de 1998, quando se registaram 3.886 óbitos, o número de mortos por pneumonia aumentou 52,7 por cento em 2013.
Segundo o presidente do Observatório, Artur Teles de Araújo, em 2013 foram internados por pneumonia 41.796 portugueses, o segundo número mais elevado desde 2004, logo a seguir ao ano de 2012.
Numa comparação de 10 anos, o número de internamentos por pneumonia cresceu 14,1 por cento.
A Fundação Portuguesa do Pulmão encontra-se, em parceria com a Universidade do Minho, a estudar as causas e razões da elevada mortalidade por pneumonia em Portugal.
O médico António Carvalheira Santos, do Observatório das Doenças Respiratórias, explicou que está a ser analisada a mortalidade entre os doentes internados, uma vez que se verifica que a taxa de mortalidade intra-hospitalar nas pneumonias é de 20,9 por cento.
"Até agora, o que nos parece é que os doentes que mais morrem são os que têm menos tempo de internamento. Parece que terão recebido mais tarde cuidados de saúde, parece-nos que os cuidados pré-internamento foram tardios", adiantou Carvalheira Santos.
Artur Teles de Araújo reforçou também a ideia de que os doentes com pneumonia possam estar a chegar aos hospitais já demasiado tarde, admitindo a possibilidade de atraso no diagnóstico e referenciação destes pacientes.
Os especialistas consideram que é necessários apostar na polÃticas de prevenção das doenças respiratórias, nomeadamente no reforço da vacinação contra a gripe e contra a pneumonia, bem como no reforço das medidas de combate ao tabaco.
Fonte: Diário Digital com Lusa