Com os primeiros dias de sol chegaram os incêndios florestais. No último fim-de-semana, vários fogos deflagraram um pouco por toda a região, mas os mais graves registaram-se na Sobreira, Paredes. Durante dois dias, as chamas, que chegaram a rondar uma casa e a auto-estrada, destruíram mais de seis hectares de floresta.
Para o comandante dos Bombeiros Voluntários de Cete, que liderou cerca de 60 homens, não há dúvidas: os incêndios tiveram origem criminosa.
A GNR está a investigar.
O primeiro fogo deflagrou pelas 17h30 de sábado. Em Castromil, Sobreira, as chamas mantiveram-se incontroláveis durante várias horas e só pelas 23h00 foi possível dar como extinto o incêndio. "Os acessos eram muito difíceis, o que complicou a situação", justifica José Luís Silva.
Nem mesmo a presença de cerca de 60 bombeiros, das corporações de Cete, Baltar, Lordelo, Rebordosa, Paredes, Paço de Sousa e Valongo permitiu que o fogo destruísse cerca de quatro hectares de mata. Isto porque os homens tiveram de dispersar-se por diferentes focos, tornando o combate às chamas menos eficaz. "Havia vários focos de incêndio. Em Castromil havia pelo menos três, o que criou três frentes de fogo. Ora, juntamente com o vento que se fazia sentir, esta situação foi complicada de resolver", descreve o comandante.
As chamas chegaram a rondar uma habitação e um troço da auto-estrada que liga Porto a Amarante, mas nem a via esteve para ser cortada ao trânsito, nem a casa esteve em perigo.
Ainda durante a tarde de sábado, um outro incêndio deflagrou em Vilar, também na Sobreira, o que obrigou à dispersão dos meios humanos e materiais. Neste caso, dois hectares de floresta arderam.
Já no domingo, as chamas voltaram a Castromil para consumir mais dois mil metros quadrados de área. Nesse dia, também ardeu em Casconha, mais uma vez na Sobreira, onde 1500 metros quadrados de mata não escaparam à passagem do lume.
Para o comandante dos Bombeiros Voluntários de Cete estes fogos não são normais. "Não há calor suficiente para que isto aconteça", defende. Por isso, José Luís Silva não tem dúvidas: "Estes fogos têm mão criminosa".
Segundo o líder da corporação de Cete, não é a primeira vez que se registam incêndios em Março. "Tal já aconteceu em 2013. Bastaram uns dias mais quentes para que isto acontecesse. Não sei porquê, até porque os fogos não tiveram origem em queimadas. As matas que arderam ficam longe de campos agrícolas", sustenta.
A GNR esteve no local a investigar as causas destes fogos.
Fonte: Verdadeiro Olhar