Germanwings revelou em conferência de imprensa que o Airbus que hoje se despenhou caiu após descida de oito minutos. Não se sabe se foi decisão consciente do piloto. Última inspeção foi ontem.
O Airbus A320 da Germanwings que se despenhou esta manhã em França, matando 150 pessoas, caiu após uma descida de oito minutos. A última vez que foi detetado pelos radares estava a seis mil pés de altitude. Eram 10.53, hora francesa. Antes, viajava a 38 mil pés de altitude. É este o relato possível, por enquanto, dos últimos momento do voo.
As informações foram reveladas pelo porta-voz da Germanwings, Thomas Winkelmann, em conferência de imprensa ao início da tarde. O responsável confirmou que a bordo do voo que ligava Barcelona a Dusseldorf viajavam 144 passageiros, entre eles dois bebés, e seis tripulantes - dois no cockpit e quatro na cabine do avião. Não houve sobreviventes.
O piloto era "muito experiente", segundo a companhia, e tinha mais de 6000 horas de voo. Não se sabe se a descida de oito minutos foi ou não uma decisão consciente do piloto, disse o porta-voz da companhia.
Sobre o avião, a Germanwings refere que foi vendido à Lufthansa em 1991, estando agora ao serviço da filial low-cost da companhia. A última inspeção de rotina terá sido feita ontem em Dusseldorf, revelou Thomas Winkelmann. No verão de 2012 foi efetuada uma revisão integral ao avião.
Uma equipa da Germanwings está já em Dusseldorf para falar com as famílias das vítimas. Segundo o porta-voz da companhia, 67 dos passageiros serão alemães, mas o número ainda está por confirmar. A companhia só divulgará a lista completa com os nomes e nacionalidades dos passageiros e tripulantes depois de informar todos os familiares das vítimas. Madrid já revelou que pelo menos 45 passageiros tinham apelido espanhol. Últimos relatos dão conta de que 16 alunos e dois professores de uma escola da Renânia do Norte, que regressavam a casa após um intercâmbio em Espanha, também morreram no acidente.
"O mais importante neste momento é oferecer às famílias dos passageiros e tripulantes as nossas condolências", sublinhou o porta-voz da Germanwings, que confirmou que a companhia já tem equipas a caminho do local do acidente e tudo fará para "apurar as causas do acidente".
Questionado sobre um pedido de socorro que o comandante do Airbus 320 terá emitido, e que teria sido recebido pelas autoridades francesas, Thomas Winkelmann esclareceu que existem neste momento informações contraditórias, não podendo confirmar ou desmentir o que foi avançado pelo secretário de Estado dos Transportes francês. Alain Vidalies disse esta manhã à imprensa que o "mayday" teria sido emitido quando o avião se encontrava a cinco mil pés de altitude, tendo depois perdido contacto com a torre de controlo. Mas a Direção-Geral da Aviação Civil francesa declarou que o pedido de socorro não existiu.
Sobre o período que poderá levar a investigação, o porta-voz da Germanwings recusou-se a fazer previsões, afirmando que a companhia fará "o que for necessário", porque é sua obrigação, para perceber o que terá provocado a queda do avião que ligava Barcelona a Dusseldorf. Winkelmann quis ainda reforçar o "orgulho" e a confiança nos profissionais da Germanwings, esclarecendo que a companhia vai continuar as operações "como normalmente".
O responsável não quis avançar mais informações sobre a nacionalidade dos passageiros que seguiam no avião, tendo apontado apenas os 67 alemães, ainda que sem certezas. Uma vez que o voo se fazia no espaço Schengen, Winkelmann esclareceu que a companhia não tem informação detalhada por não haver "pormenores dos passaportes".
Fonte: DN