Quatro anos depois de dois militares da Força Aérea terem morrido na sequência de um acidente com um jipe de serviço, a condutora, a ex-militar Filipa Esteves, foi ontem condenada no Tribunal do Montijo a quinze meses de prisão.
Por ter confessado os crimes e não ter antecedentes criminais, a ex-militar ficou com a pena suspensa. Foi condenada por dois crimes de homicídio por negligência.
Fábio Nunes, 21 anos, de Santo Tirso, seguia no banco de trás do jipe. Foi projetado e teve morte imediata. Já Rúben Matono, 20 anos, de Santarém, morreu 23 dias depois no hospital, depois de ter lutado pela vida, dada a gravidade dos ferimentos. Filipa Esteves e Cláudia Fernandes ficaram também feridas.
Dez meses depois do acidente, a militar foi expulsa da Força Aérea. À semelhança do que aconteceu ontem, Filipa Esteves como considerada culpada do acidente. Nas perícias ficou provado que seguia a 95 km/h num local onde a velocidade máxima permitida era de 50 km/h.
O acidente deu-
-se no interior da Base Aérea do Montijo quando Filipa Esteves tentou evitar uma colisão com um camião de abastecimento. O jipe entrou em despiste e a ex-militar não conseguiu controlar a viatura. Nas perícias feitas pela Força Aérea ficou ainda provado que o piso estava em boas condições de conservação e que a viatura conduzida pela jovem não tinha qualquer anomalia.
A par da condenação, Filipa Esteves vai agora enfrentar um processo cível onde as famílias pedem uma indemnização que ultrapassa os 50 mil euros. Rui Matono, pai de Rúben mostra-se alheado quanto à decisão. "Isto não vai trazer o meu filho de volta. Ele sofreu 23 dias no hospital. Os ferimentos eram muito graves", disse Rui Matono, também ele um ex-militar da Força Aérea.
Fonte: Correio da manha