Maria Alice Esteves ia todos os dias, ao final do jantar, tomar café com o marido, ambos de 73 anos e residentes na rua dos Bombeiros, Vila Verde.
O habitual passeio acabou por ser, anteontem, fatal para a mulher, brutalmente atropelada, num local sem passadeira daquela rua, por um carro cujo condutor fugiu a pé e só se apresentou ontem de manhã na GNR. Foi identificado e aguarda o desenrolar do caso em liberdade. A vítima vai hoje a enterrar.
"Quando começámos a atravessar a rua, não vimos carro nenhum. Ao chegar ao passeio, vi umas luzes a toda a velocidade e só fui a tempo de ver a minha mulher projetada com o impacto e a cair uns metros à frente", contou, em choque, Vasco Oliveira, marido da vítima.
Por muito pouco, o reformado, antigo agente da PSP, não foi também colhido pelo Ford Escord. Eram 20h20. "Já estávamos a chegar ao passeio e ela ficou um pouco atrás de mim. Quando a vi a gemer, comecei logo a gritar e a pedir ajuda. Depois, também me senti mal", explicou o marido, que só no hospital de Braga – onde foi assistido – soube que a mulher não tinha resistido aos graves ferimentos. "Ainda nem acredito, casámos há 55 anos e agora a minha casa está vazia. De que serve esta casa toda, se já não tenho a minha mulher?", lamentou.
O condutor, de 22 anos, abandonou o local do embate, a cerca de 100 metros da GNR. Ontem de manhã, apresentou-se no posto, contando que ficou assustado e por isso desapareceu. O funeral de Maria Alice Esteves realiza-se esta terça-feira, às 15h30.
Fonte: CM