Existem várias regiões do mundo a viver as consequências dramáticas e devastadoras de conflitos armados, tendo por causas, entre outras: disputas territoriais, posse de recursos naturais, questões étnicas e religiosas.
Imagens oriundas da Síria, Iraque, Afeganistão, Sudão do Sul, Faixa de Gaza e Ucrânia, onde se vivem conflitos armados de grande dimensão e impacto humano, invadem as nossas casas através das televisões, perante a nossa indignação e comiseração.
Bloqueados pela indignação e comiseração, face ao terror infligido a milhões de vítimas desta barbárie, raramente o cidadão comum, deste lado do mundo, se apercebe da actuação dos agentes de socorro, em plenos teatros de guerra, procurando com o seu labor humanitário minimizar o sofrimento das populações, através da prestação de assistência às populações e da minimização dos efeitos das acções entre beligerantes.
Eles são Bombeiros, Médicos, Enfermeiros e outro pessoal de organizações humanitárias, correndo entre tiroteios, bombardeamentos, explosões, desabamentos, incêndios e outras ocorrências. Apesar de correrem riscos de vida, eles estão lá para responder aos apelos – sempre dramáticos – das populações flageladas pelos conflitos.
Frequentemente, os conflitos armados geram distúrbios colaterais, que produzem actos de violência criminosa como saques, ou actos de banditismo que agravam por si só os efeitos do referido conflito e criam situações de perigo adicional às equipas de socorro no terreno.
Recentemente, no âmbito do trabalho de pesquisa e investigação que estou a desenvolver, tive oportunidade de ler alguns relatórios das missões de muitas equipas de socorro deslocadas para estes verdadeiros infernos. Presto a minha admiração pela sua coragem e profissionalismo.
A missão destes homens e mulheres possui um significado universal. Para eles o que tem de ser feito, não se condiciona pelo maniqueísmo entre os bons e os maus. Eles têm certamente as suas ideias, as suas escolhas, identidades e convicções, mas conseguem colocar o valor maior da vida humana, acima das suas opções politicas, religiosas ou identitárias.
Para além de técnicos com elevados padrões de intervenção operacional, os agentes de socorro em conflitos armados são uma vanguarda moral que minimiza a imoralidade da esmagadora maioria dos confrontos em que intervêm.
Apesar do silêncio a que a sua missão é remetida pelos meios de comunicação social, na cobertura de teatros de guerra, a missão dos agentes de socorro que neles intervêm são verdadeiros baluartes dos tão maltratados Direitos Humanos.
Duarte Caldeira in; reporter caldeira

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