18 corporações de bombeiros vão receber 800 equipamentos de protecção individual, pagos por fundos comunitários e pelas autarquias da região.
As botas, luvas, capacetes e fatos deviam ter chegado antes do início do último Verão, mas só no final da semana passada é que o protocolo entre a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIMTS) e as associações humanitárias foi assinado.
O presidente da CIMTS, Gonçalo Rocha, justifica o atraso "com falhas de comunicação e informação", enquanto o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito do Porto (FBDP), José Miranda, salienta que as consequências da falta de equipamento só não foram maiores devido ao mau tempo que se fez sentir na fase mais crítica do combate aos incêndios florestais.
"Falhas de comunicação" atrasaram processo
São 800 os equipamentos de protecção individual - composto por botas, luvas, capacetes e fatos – que serão entregues nas 18 corporações que integram a CIMTS. Pelo menos assim o esperam os bombeiros, já 'escaldados' com o atraso na entrega deste material. Isto porque o equipamento de protecção individual deveria ter estado disponível para utilização dos bombeiros antes do último Verão. Porém, só na quinta-feira da semana passada foram assinados os protocolos entre a CIMTS e as 18 corporações da região. "As regras e os regulamentos associados aos fundos comunitários, por vezes, são complexos e há falhas de comunicação. Não queria imputar responsabilidades à CIMTS nem ao Governo, mas houve falhas de comunicação e informação. Mesmo assim conseguimos acudir a tempo a esta situação", afirmou Gonçalo Rocha.
Aos jornalistas, o também autarca de Castelo de Paiva previu que o material seja distribuído no início do próximo ano. Mas não se comprometeu com prazos. "O mais difícil era assegurar o financiamento e isso conseguiu-se. Agora, irá dar-se início ao processo de adjudicação", disse.
Já José Miranda mostrou-se "magoado" com um atraso que poderia ter tido consequências mais graves para os bombeiros da região. "É evidente que ficamos magoados, mas como estamos habituados a resolver tudo por nós vamos ultrapassando estas coisas. Só formulo o desejo que tenhamos este equipamento antes do início da próxima época de fogos. Esta falta de equipamentos não se fez sentir, porque o ano foi o que foi. Senão teríamos mais problemas", alegou.
Equipamento financiado em 85% por fundos comunitários
Os 800 equipamentos de protecção individual representam um investimento de 400 mil euros. 85 por cento deste valor será suportado por fundos comunitários. O restante será pago pelas autarquias. "Hoje, é um dia histórico, porque era uma necessidade que vinha sendo manifestada pelas corporações da região e do país. Esta era uma oportunidade, no âmbito do quadro comunitário, que corria o risco de ser perdida não fosse a grande disponibilidade do ministro Miguel Macedo e o empenhamento dos autarcas e das corporações", realçou o presidente da CIMTS.
Também o representante da FBDP chamou a atenção para uma "mudança de mentalidade", uma vez que foi a primeira vez que o poder central e autárquico suportou custos com a protecção dos bombeiros. Mesmo assim, José Miranda deixou um alerta: "os equipamentos de protecção individual são de desgaste rápido, portanto, se não houver continuidade deste tipo de entendimento voltamos ao mesmo".
Fonte: Verdadeiro Olhar

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