Decorrido 1 mês do início da Fase Charlie do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) de 2014, que vigora entre 1 de julho e 30 de Setembro, é com um otimismo prudente que encaramos os números.
As estatísticas mostram que, quer o número de ocorrências quer a área ardida foram menores comparativamente ao ano passado. Se considerarmos os dados anuais relativos ao último decénio, nomeadamente o período de 1 de janeiro a 15 de julho, concluímos, também, o andamento favorável da corrente campanha de 2014, com o ano em curso a constar como o melhor no número de ocorrências e a ficar-se pelo quarto lugar em termos
de área ardida, valores muito abaixo da média do último decénio. Se, por um lado, as condições meteorológicas se têm revelado menos inclementes – o índice acumulado de severidade de 2014 tem um dos traçados mais baixos do decénio –, por outro também o DECIF mostra mais robustez na resposta às situações de emergência que vão surgindo no decurso desta fase crítica. Igualmente interessante é o confronto das áreas ardidas de povoamento e de matos, com o respetivo peso percentual a acompanhar a média decenal.
Relativamente à geografia dos incêndios florestais, os distritos do norte (Porto, Braga, Aveiro, Vila Real e Viseu) são os que registam maior número de ocorrências, sendo também no norte litoral que as ignições ocorrem em maior número – o distrito do Porto surge à cabeça. O emprego de meios aéreos no combate tem-se revelado importantíssimo como os números demonstram. Na Fase Charlie, o número de incêndios não resolvidos em ataque inicial (6) é inexpressivo face ao número de missões aéreas executadas (184).
O mesmo sucede quando analisamos os registos para a Fase Bravo. Mas mesmo em ataque ampliado, os meios aéreos demonstraram a sua indiscutível eficácia, nunca tendo ficado por debelar nenhum incêndio, quer na Fase Bravo – com 36 missões realizadas – quer na Fase Charlie – com 29 missões realizadas. Os incêndios mais significativos registados no presente ano até à data foram: o de Aboadela/ Amarante/Porto; e o de Cortiços/Macedo de Cavaleiros/ Bragança. O primeiro contou com o empenhamento de 289 operacionais, 91 veículos e 5 meios aéreos, tendo-se consumido 947 hectares de floresta.
O segundo contou com o empenhamento de 189 operacionais, 68 veículos e 9 meios aéreos, tendo-se consumido cerca de 100 hectares de floresta. Neste incêndio deu-se o infortúnio de ter havido 1 ferido grave e 3 ligeiros. Também se perdeu um veículo de combate a incêndios florestais. A concluir este brevíssimo apontamento, referência para os 9697 operacionais e 2027 veículos mobilizados para a Fase Charlie, números que representam uma variação positiva dos meios disponíveis face ao ano anterior. A destacar, também, o reforço do DECIF com 50 equipas de combate a
incêndios florestais (250 bombeiros) posicionados nas áreas de maior vulnerabilidade durante Fase Charlie, os 11 grupos de reforço de ataque ampliado (380 bombeiros), os 15 helicópteros ligeiros e os 4 aviões bombardeiros.
A coroar todo este manancial de meios, e porque a segurança é a pedra de toque do bom desempenho do DECIF, a edição e distribuição a todos os bombeiros combatentes do Guia de Bolso sobre Segurança no Combate a Incêndios Florestais, importante instrumento de sensibilização que contem lembranças e recomendações sobre os cuidados a ter no combate aos incêndios florestais.
Este artigo encontra-se disponível na edição de agosto do Boletim PROCIV:http://issuu.com/anpc/docs/procivagosto2014
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