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Os Bombeiros de Âncora e a Câmara de Caminha deverão apresentar hoje uma solução para ultrapassar o congelamento das contas bancárias da corporação a braços com uma penhora de 40 mil euros, disse à Lusa a presidente da direção.
À Lusa, Laurinda Araújo, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Vila Praia de Âncora escusou-se a fazer declarações sobre o assunto.
No cargo desde julho de 2013 a responsável remeteu todas as explicações para a conferência de imprensa marcada para hoje às 12:00 no quartel dos bombeiros, tal como o presidente da Câmara, o socialista Miguel Alves.
Laurinda Araújo afirmou apenas que os bombeiros foram confrontados com esta situação sexta-feira passada.
Justificou o congelamento das contas bancárias com a execução de uma penhora movida por um gabinete de arquitetura a quem a corporação não pagou cerca de 40 mil euros relativos a um projeto de remodelação do cineteatro, propriedade da corporação.
Adiantou que os bombeiros de Vila Praia de Âncora, sem dinheiro, estão impedidos de "atestar as viaturas" estando em risco os salários de junho aos oito funcionários e cinco elementos da equipa de combate a incêndios.
A responsável manifestou-se preocupada com a falta de liquidez tanto mais que terça-feira arranca a época mais crítica em incêndios florestais, a chamada fase "Charlie" de combate a incêndios florestais, que decorre entre 01 de julho e 30 de setembro.
Os bombeiros de Vila Praia de Âncora são a segunda corporação do concelho de Caminha e asseguram o socorro na zona do vale do Âncora, região que conta com mais de dez mil habitantes.
Na época de incêndios florestais, os `voluntários` de Vila Praia de Âncora são chamados a combater fogos em todos os concelhos do distrito de Viana do Castelo.
Fonte autárquica explicou à Lusa que em causa está um processo de injunção movido por um gabinete de arquitetura, a quem, a corporação encomendou em 2008 um projeto de reabilitação do cineteatro de Vila Praia de Âncora, propriedade da corporação.
O cineteatro dos bombeiros de Vila Praia de Âncora está encerrado há vários anos devido ao avançado estado de degradação.
A mesma fonte adiantou que face ao congelamento das contas bancárias a corporação solicitou um encontro com a autarquia, que decorreu sexta-feira passada, para em conjunto com o município tentar encontrar uma solução para o problema e que deverá ser hoje anunciada.
Em fevereiro passado a situação financeira da corporação levou a direção a equacionar avançar com despedimentos porque as receitas próprias cobrem apenas metade da despesa total mensal.
A posição foi transmitida na altura à agência Lusa por Laurinda Araújo face à "difícil situação financeira" que a corporação vive.
"Sei que não é um problema só da nossa corporação, mas aqui estamos com receitas que apenas cobrem 50% das nossas despesas mensais. A outra metade dos cerca de 10 mil euros temos de a inventar", confessou na ocasião.
A corporação tem um passivo acumulado superior a 50 mil euros e os cortes nas despesas fixas, associados à obtenção de novas formas de receita, ainda não permitiu equilibrar totalmente as contas, sobretudo devido à "forte quebra" no transporte de doentes não urgentes.
A corporação, com sede na maior freguesia de Caminha, conta com mais de uma dezena de viaturas de socorro e emergência, com 15 a 30 anos de serviço, entre as quais uma ambulância ali colocada pelo INEM.
Fonte: Noticias ao Minuto
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