Seis pessoas morreram, no ano de 2012, em acidentes ocorridos no troço que liga Penafiel a Entre-os-Rios da Estrada Nacional (EN) 106. Um relatório elaborado pela empresa Estudos de Estacionamento e Acessibilidade, Lda. Refere também que nos 12 meses do ano passado registaram-se 228 acidentes numa via em que as condições de circulação são "inadequadas".
Os acidentes que aconteceram na EN 106 representam mais de 66 por cento da totalidade dos sinistros registados em todas as estradas do concelho de Penafiel.
No estudo revelado pela Câmara Municipal de Penafiel lê-se também que há cada vez menos tráfego numa estrada que há muito está planeada ser substituída pelo IC 35.
299 vítimas em 228 acidentes
Um estudo semelhante já tinha sido efectuado em 2010. Agora, e depois dos avanços e recuos na intenção dos sucessivos Governos em construir o IC 35, a Câmara Municipal de Penafiel decidiu actualizar os dados de uma estrada que é vista como o maior ponto negro de todo o concelho de Penafiel.
E a informação recolhida confirmou as expectativas: de todas as pessoas que morreram em acidentes rodoviários ocorridos no município penafidelense, 66,7 por cento delas faleceu na sequência de sinistros que aconteceram na EN 106. Em números absolutos, o estudo mostra que em 2012 houve 228 acidentes, dos quais resultaram 299 vítimas. Destas, seis morreram e cinco foram registados como feridos graves.
O trabalho da empresa Estudos de Estacionamento e Acessibilidade, Lda., que utilizou dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, mostra que, ainda em 2012, 92,6 por cento dos acidentes na EN 106 aconteceram dentro das localidades e que 14 por cento dos sinistros foram atropelamentos. "A EN 106 funciona como uma via de dupla função (urbana e regional) sem ter condições mínimas de segurança", lê-se no relatório.
Muitos camiões entopem trânsito
Já no que diz respeito a 2013, o estudo – que foi dado a conhecer aos deputados do PSD eleitos pelo distrito do Porto – mostra que o tráfego na EN 106 está a diminuir desde 2010. "Uma tendência semelhante à da restante rede rodoviária nacional devido à crise económica", explica o estudo.
Com mais ou menos carros, o certo é que a estrada que liga Penafiel a Entre-os-Rios continua a ter muitos camiões a circular. Os veículos pesados representam entre "oito a 11 por cento" do tráfego total registado numa via na qual "não há passeios na maior parte" da sua extensão e quando há são "estreitos ou sem continuidade".
Perante estes dados, os técnicos da empresa contratada pela autarquia penafidelense concluem que o tráfego médio diário na EN 106 é superior aos dez mil veículos, o que origina a formação de filas de trânsito, sobretudo nos períodos entre as 8h00 e as 9h00, as 14h00 e as 15h00 e as 18h00 e as 19h00. "Tendo em conta os resultados demonstrados neste estudo, comprova-se que o elevado tráfego rodoviário, os volumes de tráfego de pesados registados, o traçado sinuoso da via, a demasiada acessibilidade lateral e o atravessamento frequente de centro de localidades reforça a urgência da criação de uma nova alternativa à EN 106, já prevista, que possa servir adequadamente as populações e que diminua a ocorrência de acidentes", lê-se no final do relatório.
Número de mortos tem vindo a baixar
O ano de 2009 foi aquele em que houve mais acidentes com vítimas na EN 106. 344 sinistros foi um número que nunca mais foi alcançado. Nem em 1997, ano em que, tal como em 1998 e 2004, se registou mais mortos na estrada que liga Penafiel a Entre-os-Rios. Nestes anos, 16 pessoas perderam a vida naquela que é considerada a via mais perigosa do Vale do Sousa. Em 2009, morreram 13 automobilistas, um número que esteve longe de ser alcançado nos últimos anos. Em 2010, 2011 e 2012 registaram-se seis vítimas mortais.
O decréscimo do número de mortos na EN 106 tem acompanhado a diminuição do número de acidentes nesta estrada. 2012 foi o ano com menos acidentes, feridos graves e feridos ligeiros.
Tudo isto é muito bonito enquanto não vão sendo os nossos familiares, tenho pena que nada se tenha feito nos últimos anos.
Defendo que o IC-35 é preciso, sim é muito preciso, mas na falta dele, existem ainda muitas mudanças que podem ser implementadas, nesta via. Enquanto tiver voz, continuarei a defender que as travessias para peões podem ser melhoradas. Algumas delas podem e devem ser reposicionadas, pois estas encontram-se em zonas de grandes lombas em que é praticamente impossível por parte dos condutores avistar um peão a atravessar a via. Ainda em relação às passadeiras, penso que muito mais se pode fazer, inclusive a iluminação nocturna das mesmas.
Se isto vai acabar com os atropelamentos? Tenho a certeza que não, mas pelo menos penso que podem ser minimizados.
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