A asneira instalou-se e o mau gosto não sai de cima.
Triste, mas é verdade. Merecíamos melhor sorte.
Basta desta trapalhada monumental!
A culpa de tudo isto, é, já o disse, da condução do processo.
Da má condução do processo.
Condução amadora, casuística, reactiva, zigue-zagueante.
A começar, foram os comentários deslizantes num seminário, depois, a fuga de informação como forma de divulgação dos inquéritos, também a data escolhida para a sua publicitação, mais tarde, havia, afinal, uma 2ª parte, que primeiro não se divulgava e depois já se podia conhecer, mas quando as pressões acabassem, entretanto, a intenção de abordar, numa acção de formação, os casos escalpelizados na 2ª parte do dito cujo.
Intenção abortada pela intervenção, diligente e preciosa, do ministro Miguel Macedo, que esteve bem, e pôs ordem na “caserna”.
Nestas coisas, “ quem paga, manda”, e o mais são tretas.
Agora, são as comunicações e o Siresp, e o que mais virá ainda por aí, que nisto de más notícias nunca se sabe quando acabam.
Que mais nos irá acontecer?
De tudo, retiro uma certeza: uma má condução promove a confusão e facilita a especulação.
No futuro, não repetindo os erros do passado recente/presente, estes inquéritos/investigações devem ser confiados, sempre, a entidades, absoluta e comprovadamente independentes, que produzam trabalho empenhado e inovador e cujas conclusões, nos convençam, a todos , pela cientificidade, credibilidade, isenção e distanciamento.
Não podemos continuar no “faz de conta.”
Em Portugal, temos essas entidades, basta contactá-las e requisitar os seus serviços. Tenho a certeza que os seus responsáveis estão disponíveis para esse trabalho.
E deixemo-nos da política, tão tradicional, do condomínio fechado: são sempre os mesmos a fazer o mesmo, os mesmos a falar com os mesmos e os mesmos a concluírem o mesmo.
Estamos todos fartos desta barafunda.
Que se ouçam todos.
Os processos independentes são assim, não são?
Só assim nos podemos rever neles e aceitar tranquilamente as suas conclusões.
E os outros, ouçam os outros, também.
E perceberão melhor porque muitas coisas acontecem e muitos imprevistos aparecem.
E os outros são os bombeiros, que, no terreno, não podem teorizar, praticam, não podem inventar, resolvem, não podem especular, apagam.
São rendidos no limite, trabalham até à exaustão, não têm horário de trabalho, “vivem” o fogo, são encurralados por ele e têm que decidir em fracções de segundo, longe das teorias, dos laboratórios, dos formadores, dos manuais e dos professores.
Fonte: O Zingarelho
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