As Crianças Não São Adultos Em Miniatura - VIDA DE BOMBEIRO

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

domingo, 29 de setembro de 2013

As Crianças Não São Adultos Em Miniatura


Se julga que no transito a criança reage como nós adultos, engana-se!

Se julga que a criança vê e ouve tão bem como nós, os veículos que se aproximam, engana-se!
Estas falsas ideias fazem com que... "amanhã" possa ser responsável por um acidente com uma criança...
Agora com a chegada da chuva e com o Inverno há porta, deixo-lhes aqui alguns conselhos e algumas dicas das diferenças do adulto e da criança no trânsito.

VISÃO:
A criança não vê como um adulto

Senão repare, o campo de visão da criança é mais estreito do que o do adulto devido à pequena estatura, não consegue ver por cima dos veículos estacionados, por isso fica escondida e pouco visível aos olhos dos condutores, confunde "ver" e "ser visto", demora cerca de quatro segundos a distinguir se um veiculo está a circular ou parado.
Confunde as noções "volume" e "distância": um automóvel parece-lhe normalmente mais afastado de si do que um camião.


AUDIÇÃO:
A criança não entende como os adultos

No que diz respeito à audição, mais uma vez uma criança não ouve como um adulto, porque não detecta facilmente de onde provêm os sons e só atribui significado àqueles cuja proveniência consegue identificar.
Os ruídos próprios do quotidiano distraem-na e distingue com dificuldade os ruídos do transito mais significativos e uma viatura "silenciosa" é como se não existisse.
Só escuta os ruídos que lhe interessam e só reage a um de cada vez.

RELAÇÃO CAUSA-EFEITO:
Não é entendida pela criança

A criança não domina a sequência lógica dos acontecimentos numa base de relação causa-efeito: sinal luminoso indica mudança de direcção do veiculo.
A compreensão da relação causa/efeito desenvolve-se na criança a partir da repetição sucessiva de experiências reais por esta razão, não pensa na distancia de paragem de um veiculo. Julga que um veiculo pode parar imediatamente no local em que se encontra, desde o momento que o condutor apoia o pé no travão.

DISTANCIA/TEMPO/VELOCIDADE:
A criança não é capaz de os avaliar correctamente

Uma criança espontaneamente avalia mal os tempos, as distancias e as velocidades dos veículos, e não tem a noção da distância que um carro percorre até se imobilizar.



 ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO:
A criança não consegue pensar e reagir a vários estímulos ao mesmo tempo

À criança é-lhe difícil observar, ao mesmo tempo, a passadeira para peões, o sinal luminoso para peões, os veículos em movimento, esta não prevê a situação de perigo de um veiculo poder surgir a qualquer momento e de qualquer lugar e quando é surpreendida pelo ruído de um carro, corre assustada para qualquer lado, sem o sentido do perigo.
Muitas vezes perde-se em pensamentos e deixa de estar atenta ao transito, brinca em qualquer lado, concentrada no que faz e sem percepção dos perigos que a rodeiam.


SATISFAÇÃO DAS SUAS NECESSIDADES:
A criança procura sempre satisfazer, antes de mais, as suas necessidades

Atrás de uma bola vem sempre uma criança... que não dá atenção a mais nada. É como se tivesse "palas" nos olhos e é dominada por impulsos irresistíveis que a fazem esquecer os comportamentos que deve ter na estrada. Jogar, movimentar-se e chegar a horas à escola ou a casa, ir ter com os pais que estão do outro lado da rua ou apanhar a bola é normalmente mais importante que dar atenção ao transito. Para fazer o que lhe interessa, é capaz de se precipitar contra um automóvel que se aproxima, se este a impedir de continuar o seu próprio percurso.


MORTE:
A criança não acredita na morte

É como um jogo, com frequência brinca como se estivesse morta, depois levanta-se e continua a brincar, porque diz que está viva. Portanto, não tem medo de morrer. Mas, sabe que os adultos a repreendem, se ela obrigar os veículos a travar.

AMBIENTE SEGURO:
A criança tem, com frequência, a impressão de que está em segurança

Sente-se segura numa passadeira e ignora que uma passagem protegida não elimina o perigo de um condutor a desrespeitar, em certas situações, como uma brincadeira com os amigos, inspiram na criança uma sensação de segurança errada.
Os ambientes familiares, como a zona perto de casa, dão à criança a confiança de que já não existem perigos no transito o que a leva a pensar que nada lhe poderá acontecer  se, os pais ou outros adultos, estiverem junto dela.
FALSAS IMAGENS: para a criança os objectos não tem o mesmo significado que para os adultos, a rua: é um espaço onde pode brincar sem o controle dos pais, a passagem de peões dita "protegida": é aquela em que nada de mau lhe pode acontecer, o veiculo: não teme a sua presença, porque este se assemelha a um ser humano. Por exemplo, os faróis parecem-se com os olhos, a grelha com a boca e com os dentes, etc.

IMITAÇÃO:
A criança imita sempre os adultos

Os maus exemplos dos pais, que não param antes de atravessar nem olham para os dois lados da estrada antes e durante a travessia, são seguidos pelas crianças, estas pensam que se os adultos podem atravessar a faixa de rodagem, elas também podem fazê-lo, sem se aperceber que, em escassos segundos, a situação de transito muda. Por outro lado, a criança que está de mão dada com um adulto, julga que a ausência de perigo é total.

Antes dos 10-12 anos, qualquer criança tem dificuldades em integrar-se no transito rodoviário, porque;
A CRIANÇA NÃO É UM ADULTO EM MINIATURA
A criança não tem os mesmos reflexos, não compreende os perigos nem se comporta como um adulto responsável.

Em média, 14 crianças são vitimas de um acidente rodoviário em Portugal por dia.
Pelo menos mil crianças morreram em acidentes rodoviários em Portugal nos últimos 12 anos, tendo-se, no entanto, registado uma diminuição de óbitos superior a 70 por cento nesse período, segundo números da Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI). No dia europeu da segurança rodoviária, a APSI revelou os números das "mortes precoces e evitáveis" nas estradas portuguesas: mil crianças perderam a vida nos últimos 12 anos e por cada uma delas 130 ficaram feridas. "Este tipo de acidentes continua a ser a maior causa de morte na infância e adolescência".
De acordo com a avaliação feita desde 1998, o numero de crianças que morreram na sequência de um acidente rodoviário tem vindo a diminuir de forma significativa: 420 crianças até aos 17 anos mortas no triénio 1998/2000 e 115 no período 2007/2009, ou seja uma diminuição de 73 por cento.
Segundo a APSI, no triénio 2007/2009 morreram, em média por ano, pelo menos 38 crianças até aos 17 anos, 359 sofreram ferimentos e 4630 ferimentos ligeiros.
"Isto significa que todos os dias, 14 crianças são vitimas de um acidente rodoviário em Portugal:
oito enquanto passageiros, quatro como peões e duas enquanto condutoras", ainda que sem habilitação legal para isso.
A APSI sublinha que quase metade das mortes aconteceu no grupo das crianças com mais de 14 anos (45 por cento).

Pais vigilantes, filhos mais seguros

Nunca é demais insistir junto dos pais para treinar o seu filho no transito, nomeadamente quanto ao comportamento defensivo que devem assumir nos trajectos casa-escola.
As crianças têm dificuldade em adaptarem-se às condições do transito e em enfrentá-lo pois o transito é feito para adultos e não para crianças.
As crianças têm por exemplo, dificuldade em reconhecer o lado direito do lado esquerdo, de calcular as distancias e as velocidades dos veículos, de forma a poderem atravessar em segurança. Tarefas que os adultos desempenham geralmente com grande facilidade.


Os pais sabem que ninguém os substitui nos principais ensinamentos, porque a criança confia neles, para tudo. Mas... como protegê-la? Como começar? O que é que os pais podem fazer em concreto?
Podem fazer muita coisa! Podem sobretudo dar bons exemplos, ou seja, ter as atitudes correctas na presença da criança, que os seguem em tudo.
Podem também treiná-la para desempenhar os comportamentos mais seguros enquanto passageiro, peão e condutor, do mesmo que a ensina a apertar os atacadores, a vestir-se conforme a estação, a comer de faca e garfo, a fazer a sua higiene diária, etc. Para tal aproveite os momentos em que, com ela, é passageiro, peão e condutor, quando se deslocam no dia-a-dia. 

Use sempre o cinto de segurança, faça uso de um sistema de retenção adequado à idade do seu filho, independentemente do percurso que vai fazer.
Dê o exemplo. Mostre à criança que também põe o cinto de segurança.


Sente-a num sistema de retenção adequado ao seu tamanho e estatura, de modo a que o cinto lhe passe pelo ombro, pelo esterno (peito) e pelos ossos ilíacos (ancas).
Se a criança tentar sair do sistema de retenção, pare o carro. Seja firme. Fale com ela para que perceba que não vai consigo, se não cumprir as regras.
Escolha o percurso mais seguro até à escola. Treine várias vezes com o seu filho, de modo a identificar os perigos mais visíveis. Explique-lhe as formas de os evitar.
O treino do caminho para a escola deve ser feito com a criança alguns dias antes da escola começar e sempre que possível, é útil repeti-lo algumas vezes durante o ano escolar. Treinar várias vezes, no inicio das aulas, os comportamentos mais seguros durante o percurso para a escola, significa fazer exercícios de identificação dos perigos mais visíveis e indicar as formas da criança os evitar. Acompanhe o seu filho tantas vezes quantas as necessárias até que mostre segurança.
Treine o travessia da rua apenas em locais mais seguros, mesmo que seja necessário fazer pequenos desvios para a criança utilizar passeios, passadeiras, sinais luminosos, passagens desniveladas, etc.


Treine a criança a atravessar a rua entre veículos estacionados, colocando-se no limite exterior do veiculo, de modo a que a criança possa ver o transito e ser vista pelos condutores.
Exemplifique os comportamentos sempre de forma correcta, lentamente e em função das capacidades da criança. Peça-lhe sempre para que ela repita a explicação de modo a saber se ela percebeu o que lhe disse.
Diga à criança que os percursos mais seguros não são necessariamente os mais seguros.
Explique claramente à criança que não basta parar e esperar pela vez de passar junto de passadeiras com sinais luminosos. É preciso olhar bem para os dois lados, ter a certeza de que os condutores já a viram e pararam, antes de começar a atravessar a rua.
Ensine a criança que, se ao atravessar a rua junto de sinais luminosos, o sinal vermelho se acender de repente, deve acabar de atravessar mas sem correr.
Teste o tempo que a criança necessita para chegar à escola. Não a mande para a escola cedo demais, nem muito tarde, porque a pressa provoca distracção.
Verifique os comportamentos da criança a caminho da escola sem que esta saiba que está a ser observada à distancia.
De vez em quando, volte a fazer o percurso com o seu filho para ter a certeza que continuam a estar despertos para os riscos, nos locais mais perigosos.
Se levar o seu filho à escola de carro, deixe-o sempre do lado de dentro dos passeios, isto é, no passeio em frente à escola. Não o obrigue a atravessar a rua para ir para a escola.

Sempre que dá um bom exemplo, explique ao seu filho por que o faz porque é uma forma eficaz de realçar aspectos positivos e negativos da utilização da estrada. É uma ajuda para a sua preparação como utente da estrada responsável!! 
Demonstre um comportamento defensivo ao volante. 
A melhor forma de ensinar o seu filho a ser um utente responsável e seguro é dando bons exemplos.
Faça com que o seu filho o veja obedecer as regras de transito.
Seja tolerante, simpático e solidário com os outros condutores e peões. O seu filho está sempre a aprender consigo. 

Pode ter a certeza que vai ser estimulante!

Vai sentir que está a dar um contributo concreto para a segurança do seu filho!
O seu filho também vai gostar de treinar estas normas e de fazer exercícios de educação rodoviária. Quer uma prova? Depois dele já saber o caminho mais seguro para a escola, e o que é que deve fazer até chegar à escola, peça-lhe para ele lhe explicar o que já aprendeu e como é que os adultos se devem comportar nos diversos cruzamentos e locais de maior risco.

NÃO SE ESQUEÇA, OS NOSSOS FILHOS SÃO O MELHOR DO MUNDO


Sem comentários:

Enviar um comentário