Na noite de 4 de março de 2001, a tragédia da queda da Ponte Hintze Ribeiro, em Entre-os-Rios, marcou profundamente o país. O colapso da infraestrutura levou consigo um autocarro e dois automóveis, ceifando a vida a 59 pessoas. Nesse mesmo dia, o então ministro das Obras Públicas, Jorge Coelho, assumiu em direto perante o país que “quando as coisas correm mal, alguém tem de assumir a responsabilidade política”, apresentando de imediato a sua demissão e reconhecendo que o Estado tinha falhado na sua função de zelar pela segurança dos cidadãos.
O Estado português viria a pagar indemnizações às famílias das vítimas, num gesto de reparação civil e moral. Contudo, no plano judicial, a investigação arrastou-se e terminou sem condenações efetivas: a culpa “morreu solteira”. Ficou a sensação amarga de que, apesar de se ter assumido responsabilidade política e de se ter compensado financeiramente os familiares, ninguém respondeu criminalmente pela tragédia, deixando uma marca indelével de falha coletiva no sistema de prevenção e justiça.
E em relação ao ELEVADOR DA GLÓRIA, a haver culpa, esta morrerá solteira ?
Paulo Ramalheira Teixeira
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