Agastada com a falta de respostas do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) sobre a reparação ou o levantamento de uma ambulância adstrita aos Bombeiros Voluntários de Mértola, parada na oficina do concessionário em Beja, a empresa passou a cobrar pelo parqueamento do veículo de emergência. A cobrança pelo estacionamento começou no passado dia 21.
A direção da Associação Humanitária dos Bombeiros de Mértola, instituição que entregou a viatura para reparação, garante que tem enviado comunicações ao INEM, mas não obteve resposta. Por isso, a ambulância continua parada no parque da oficina desde 12 de novembro de 2024. A 17 de dezembro passado, a AHBVM enviou, ao INEM, o primeiro orçamento de reparação do veículo, que rondava os 25 mil euros.
O JN apurou que o instituto contactou a empresa para tentar uma revisão do orçamento, visando uma menor despesa. A oficina acedeu ao pedido, mas não recebeu nova resposta do INEM. Volvidos 143 dias de silêncio, a empresa comunicou aos Bombeiros de Mértola a necessidade de retirar a viatura do interior do parque, uma vez que está a ocupar um espaço necessário à reparação de outros veículos.
Espera há cinco anos
Face ao alerta da oficina, a direção da associação humanitária comunicou, de imediato, ao INEM-Manutenção que “só assumia a responsabilidade de retirar a ambulância, caso a mesma estivesse operacional”.
Como o veículo de emergência é propriedade do instituto, é a este que “compete assumir a retirada do mesmo”, alertou ainda. Sem resposta, a 10 de abril, a oficina voltou a contactar os bombeiros e informou-os do início da cobrança pelo parqueamento. A direção dos bombeiros fez novo contacto com o INEM-Manutenção, porém, continua sem resposta.
Recorde-se que o INEM tem em curso um processo plurianual de aquisição e renovação de cerca de 300 veículos de emergência.
A corporação de Mértola aguarda, desde setembro de 2019, pela entrega de uma nova ambulância. O compromisso foi assumido, em ofício, por Luís Meira, à data em que desempenhava as funções de presidente do conselho diretivo do instituto. Nessa missiva, deu conta de que, “em 2020, seria atribuída uma nova ambulância”. Passados cinco anos, a promessa ainda não se concretizou.
Para responder aos acionamentos do CODU para o transporte de doentes urgentes, naquele que é o concelho com uma maior dispersão de aglomerados populacionais, os Voluntários de Mértola têm utilizado as suas viaturas.
JN
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