Diogo Correia, comandante dos Bombeiros Voluntários de Santa Comba Dão, apresentou hoje a demissão, com efeitos imediatos, enumerando problemas “graves e inaceitáveis” que encontrou na corporação, desde o dia da sua tomada de posse, a 22 de novembro do ano passado. Desde a falta de efetivos, a veículos “com inspeção periódica caducada há mais de um ano e que continuavam a prestar serviço operacional”, passando pelos problemas organizacionais, pela falta de “formação válida” de “mais de metade do efetivo” do corpo de bombeiros, pela falta de motivação dos operacionais, falta de equipamento adequado (tendo o comandante chegado a facultar um par de botas seu a outro elemento) e uma “população descrente nos seus bombeiros” foram algumas das situações apontadas no comunicado enviado ao Defesa da Beira.
“Estou nos bombeiros há 20 anos para servir as pessoas e aceitei o convite desta direção com o objetivo de ser mais uma solução para a Associação, nunca querendo ser um problema. Assim, visto que não quero ser responsável pelo que ocorre neste corpo de bombeiros, que vai contra o meu projeto, a minha maneira de ser e de pensar, pretendo apresentar hoje a minha demissão”, sustentou Diogo Correia, que fez o seu percurso de bombeiro na corporação de Mortágua. O comandante demissionário referiu ainda que começou a desenvolver um trabalho de diálogo e de aproximação à população, contudo, foi “enxovalhado e humilhado por quem não o fazia”.
Apesar de “tudo ter feito para colocar” ao dispor dos santacombadenses o seu “saber e experiência, na tentativa de ser uma mais-valia” para a resolução dos “problemas que ao longo de anos foram empurrados para debaixo do tapete”, Diogo Correia encontrou entraves: “Interna a externamente continuam a colocar pedras num caminho que só por si é extremamente complicado, sendo humilhado diariamente na praça pública”.
Defesa da Beira
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