Uma equipa de pelo menos dez fiscais do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) foi empenhada na tarde desta sexta-feira numa ação de fiscalização aleatória de ambulâncias de socorro, junto às urgências do Hospital Amadora-Sintra. O CM falou com 3 comandantes de corporações visadas por esta ação, que além de não entenderem como pode ser o INEM (entidade que gere ambulâncias de socorro) a fiscalizar as mesmas, dizem ter tido viaturas bloqueadas tempo de mais na sua atividade de apoio e transporte de doentes.
Um dos comandantes, Carlos Santos, da corporação de Barcarena, disse mesmo que os seus bombeiros “lhe reportaram que ao regressar da urgência onde foram deixar um doente, tinham um fiscal dentro da ambulância, onde entrou sem autorização”. “Eu aceito esta competência do INEM, mas não posso aceitar este facto. Iremos, a seu tempo, dar conta do nosso descontentamento ao INEM. Além de que estranho o timing em que a mesma aconteceu”, frisou.
Joaquim Leonardo, comandante dos bombeiros de Algueirão, vai ainda mais longe. “Estamos a falar de 10 elementos do INEM, o que daria tripulação suficiente para cinco ambulâncias de socorro. Numa altura em que este organismo parece ter poucos efetivos, e padece de falta de viaturas, não se entende como é que o INEM não anda no terreno a fazer a sua competência principal de transporte de doentes”, considerou. O responsável diz mesmo defender “a extinção do INEM, que trabalha mal no transporte de doentes, e ainda pior no CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes), e a sua substituição por uma outra entidade mais eficaz”. “As ambulâncias ficam retidas tempo de mais nestas ações”, concluiu.
Hugo Neves, comandante dos bombeiros de Queluz, também teve pelo menos uma ambulância fiscalizada.
A lei dá ao INEM a competência na fiscalização de todo o tipo de ambulância de doentes, na parte documental e sanitária. No entanto, António Nunes, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, disse ao CM que durante o tempo em que lidera este organismo, “nunca discutiu com o INEM as circunstâncias em que essa fiscalização pode acontecer”. “Os bombeiros podem andar com ambulâncias de socorro noutras circunstâncias que não a de transporte de doentes, e mesmo assim serão fiscalizadas”, questionou.
Fonte oficial do INEM explicou ao nosso jornal que é “o regulamento de transporte de doentes a dar a competência ao INEM para fiscalizar a atividade. “Estas atividades enquadram-se num programa de fiscalização anual, com objetivos e requisitos definidos”, refere. A mesma fonte concluiu que “esta atividade de fiscalização esteve suspensa na passada semana, e agora, com a atividade do CODU normalizada, a mesma foi retomada”.
Correio da Manhã
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