Diana e Joel Nogueira são irmãos gémeos, naturais de Campelo e Ovil, e partilham o gosto pela ajuda ao próximo e a paixão pelos Bombeiros de Baião, onde ambos são voluntários há 22 anos.
Corre-lhes no sangue a paixão pelos bombeiros, muito incentivada pelo pai, que foi bombeiro profissional durante 40 anos, pela mãe que trabalhou nos bombeiros e pela vivência no quartel.
“O gosto começa desde que nascemos. Nascemos em 1984 e o meu pai já cá trabalhava. Todos os dias vínhamos para aqui, fomos criados aqui dentro, há bombeiros cá que andaram connosco ao colo, que nos ensinaram a escrever e a ler”, conta Diana ao nossoterritório.pt, na casa que a viu crescer e acompanhada pelo irmão.
“Conhecemos cada cantinho do quartel”, reforçou Joel.
Com um álbum de fotografias na mão, intitulado “A minha infância”, Joel e Diana admiram cada página, recordando os tempos de criança, onde a farda de bombeiros esteve muitas vezes presente, quer no Carnaval, quer em festas da escola. Constam, também, fotografias dos irmãos com o pai, sentados numa ambulância dos Bombeiros Voluntários de Baião.
Aos 18 anos, Diana e Joel ingressaram na carreira de bombeiro.
Diana é enfermeira no Hospital de Guimarães e admite que “os bombeiros contribuíram para a escolha profissional, que hoje em dia se traduz numa mais valia na hora do socorro pré-hospitalar”.
Joel é agente da PSP, esteve 11 anos em Lisboa e agora está no Porto, mais perto de Baião, onde reside.
Ao primeiro toque da sirene, Diana é das primeiras a aparecer no quartel, mas Joel, que está mais longe, sofre, muitas vezes, à distância por não poder ajudar.
“Quando toca a sirene, nem sempre posso vir ajudar os colegas, mas estou sempre o olhar para o telemóvel para saber novidades”, contou Joel.
Este ano, e com os incêndios que assolaram o concelho de Baião, Joel não faltou à chamada e foi dispensado da PSP para combater as chamas. Também Diana andou nos incêndios e sempre que é necessário está no quartel para ajudar.
“Isto não é só voluntariado, é mesmo uma paixão, porque quem gosta, basta ouvir uma sirene ou um carro a passar e há logo qualquer coisa que desperta e nos faz tentar saber o que se passa”, garantiu Diana, acrescentando:
“Tenho a minha profissão, sou enfermeira, sou bombeira, mas se não fosse o grande apoio familiar que tenho, os meus pais, não podia fazer o que faço. Tenho duas filhas, uma com sete, quase a fazer oito anos, e outra com quatro, e os meus pais são essenciais para eu poder dar um bocadinho do meu tempo aos bombeiros”.
Benedita, a filha mais velha da Diana já está inscrita nos bombeiros, e Carolina, a filha mais velha de Joel também quer ir, embora os incêndios, que andaram muito perto de casa, a tenham assutado um pouco.
Quem não se assustou foi João, de três anos, filho de Joel, que esteve duas horas fardado, com um disfarce de Carnaval, à espera do carro de bombeiros para ir para junto do pai apagar os incêndios.
“O bichinho começa assim, os pais são, os avós eram e os primos e amigos são bombeiros”, frisaram os irmãos, assegurando: “Nós sentimos os bombeiros como uma segunda família e sentimo-nos bem aqui”.
Nosso Território
Sem comentários:
Enviar um comentário