De repente, o que parecia pura ficção transformou-se em realidade. O fogo, que antes se restringia às manchetes sobre queimadas distantes, hoje arde próximo, consumindo florestas e cidades, enquanto assistimos atónitos. Mas, logo depois da labareda, vem o dilúvio. Como um ciclo apocalíptico, as chamas são seguidas por enchentes devastadoras. A fumaça ainda está no ar e já precisamos de aprender a respirar debaixo de água.
Diante dessa emergência global, é urgente que o povo se una e exerça pressão como nunca antes. As redes sociais, tantas vezes criticadas pela sua superficialidade, talvez tenham um papel essencial aqui: unir vozes de todas as partes do Mundo numa só mensagem. Precisamos de um movimento popular, um clamor que transborde as barreiras digitais e exija ação imediata. A mobilização coletiva pode ser a única forma de fazer com que governos e corporações ouçam a gravidade da situação e ajam a tempo.
As plataformas digitais, que servem para tudo, desde entretenimento até desinformação, podem tornar-se o canal que nos falta para canalizar a indignação e o medo. O tempo para esperar por soluções de cima para baixo acabou. Se não houver pressão vinda da base, não haverá mudanças significativas.
A crise climática, que alguns tratavam como um exagero de ambientalistas, agora bate à porta de todos. Já não há tempo para ignorar ou minimizar a urgência. O calor extremo sufoca, enquanto tempestades imprevisíveis varrem o que resta. E enquanto os líderes globais debatem com lentidão questões geopolíticas, o planeta parece ter decidido travar a sua própria guerra contra a Humanidade.
Mas não estamos a lutar apenas uns contra os outros - agora é a Terra que se volta contra nós. É tempo de grande emergência. Será que ainda não conseguimos perceber?
José Manuel Diogo in JN
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