As chamas deflagraram na tarde desta terça-feira, na cozinha do restaurante República dos Cachorros, em frente à Praça dos Poveiros, na Baixa do Porto. Todas as ruas envolventes ficaram cortadas ao trânsito até ao início da noite. As autoridades contabilizaram sete desalojados.
Ao ver “a subida agressiva de fumo pelo chão da casa”, Kelly Machado, a namorada de Felipe Oliveira, só teve tempo de agarrar nos documentos e num computador portátil e fugir do prédio junto à Praça dos Poveiros, na Baixa do Porto, onde funcionava, no rés-do-chão e 1º andar, o restaurante República dos Cachorros 2.
As chamas deflagraram pouco antes das 16.30 horas de hoje, na cozinha do estabelecimento, situada no primeiro andar do edifício que fica na esquina das ruas do Campinho e de Santo André, e rapidamente se propagaram ao 2º andar, que há dois anos havia sido arrendado a Felipe Oliveira, um brasileiro de 32 anos, e a outro jovem, de 25. O apartamento T2, única habitação do prédio com entrada pela Rua do Campinho, ficou destruído, tal como o piso ocupado pelo restaurante.
O jovem de 25 anos vai ficar alojado na casa da avó da namorada, onde esta reside, e Felipe e a namorada ficarão instalados, durante pelo menos uma semana, num alojamento local cedido para o efeito por um cliente da imobiliária Predi Predi, que gere os arrendamentos do prédio onde o fogo deflagrou, como referiu, ao JN, João Bento, daquela empresa.
No entanto, durante o combate às chamas houve a necessidade de retirar barrotes de madeira partilhados pelo edifício que ardeu e pelo prédio contíguo, com entrada pela Rua de Santo André, para evitar que as chamas se propagassem a este imóvel, o que obrigou a destelhá-lo. Três moradores tiveram, por isso, de ser retirados desse edifício, ficando alojados na casa de familiares enquanto o telhado não é reposto.
Trânsito cortado
No total, foram registados pelas autoridades sete desalojados, uma vez que foi incluída na contagem a namorada do jovem de 25 anos, a qual, de acordo com Felipe Oliveira e com os proprietários do imóvel, não residia no T2.
“Quando o contrato de arrendamento foi assinado, era para duas pessoas habitarem”, disse ao JN a proprietária do imóvel, Cláudia Pinto, que desconhecia que houvesse mais moradores no apartamento. A PJ foi acionada.
“A informação que temos é que o incêndio começou, aparentemente, numa fritadeira”, disse a proprietária. Segundo o comandante dos Sapadores Bombeiros, Carlos Marques, “o foco de incêndio terá começado na zona da cozinha, no 1º piso, e alastrou-se, quer pelas paredes, quer pelo chão, que tem algumas madeiras, ao último piso e cobertura”. As operações de combate obrigaram a cortar ao trânsito todas as artérias envolventes. Por volta das 21.30 horas, todas as ruas estavam já reabertas à circulação.
Para o incêndio foram mobilizados 21 operacionais apoiados por seis viaturas.
"Anos de sacrifício”
O prédio, onde funcionou o pronto a vestir Casa Violeta, pertence à família de António Moreira, que esteve à frente da loja. Atualmente, é a filha, Cláudia, e o marido, Vítor Pinto, que gerem o edifício. “Não consigo olhar para aquilo e não pensar no meu pai. Foram anos de sacrifício e trabalho”.
Vítor Pinto, proprietário do prédio:
“O primeiro andar, que foi onde começou o incêndio, está completamente destruído. Em princípio, o rés do chão não tem nada”.
Felipe Oliveira, inquilino:
“A minha namorada viu fumo a subir, recolheu os documentos e o computador portátil e salvou-se. O meu colega salvou dois gatos”.
JN
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