Liga de Bombeiros acusa presidente da Proteção Civil de “desrespeito” sobre um eventual Comando Nacional - VIDA DE BOMBEIRO

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domingo, 26 de maio de 2024

Liga de Bombeiros acusa presidente da Proteção Civil de “desrespeito” sobre um eventual Comando Nacional

 


António Nunes não tem dúvidas: dizer que não se cria um Comando Nacional de bombeiros por- que não estão preparados, em termos organizacionais, é um “desrespeito”. “Dizer que não se avança porque não há organização é mentira”, critica ainda o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).


O contexto? A entrevista do presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) ao DN e à TSF. Nesta, Duarte da Costa afirmou que “os bombeiros voluntários ainda não estão organizados para que haja um comando efetivo de bombeiros”. Essa discussão, dizia, “é política, não depende do presidente da ANEPC ou de outros interlocutores que na praça pública hasteiam as suas bandeiras”.


Isto, contrapõe António Nunes, é “um desrespeito”. “Afinal, se os bombeiros não estão organizados, e são incompetentes, então para quê levá-los para a ANEPC?”, questiona, em reação à afirmação de Duarte da Costa em que revelou que 95% da sua estrutura “vem oriunda dos bombeiros”. Há, então, uma conclusão retirada por  António Nunes: “Ou tem consigo indivíduos incompetentes, ou então está a contradizer-se a si próprio. Não é verdade que os bombeiros não estejam preparados.”


Para o presidente da LBP, estas declarações têm um objetivo claro: “É uma tentativa de minimização da Liga, da capacidade dos bombeiros, e uma tentativa de mandar nos corpos de bombeiros. O senhor presidente da ANEPC devia ter mais respeito. Não nos revemos, de todo, naquilo que foi dito.”


Para António Nunes, não há muitas dúvidas: “O Comando Nacional da Proteção Civil é de todos. E, tal como os outros têm um Comando Nacional, os bombeiros devem ter o deles.”


Recordando que “o Programa do Governo defende dar mais autonomia aos bombeiros”, as declarações do presidente da ANEPC vêm “no sentido contrário”, defende António Nunes.


Na mesma entrevista, Duarte da Costa defendeu a criação de “fenómenos de profissionalização dentro da estrutura voluntária, formação superior, média ou de base”.  Isto permitiria subir “ao longo da carreira” e acabaria “por ocupar todos os lugares dentro da Proteção Civil”. Algo que permitiria concretizar um “sonho bonito”, o de ter “um primeiro general bombeiro que seja o presidente da ANEPC”.


Confrontado com isto, António Nunes relembra que “este modelo não é novidade. Já tinha sido defendido pelo presidente da ANEPC”. Tem “todo o direito a defendê-lo”, afirma o presidente da Liga dos Bombeiros, que diz não se rever na proposta.


“Não queremos a ANEPC a mandar nos bombeiros”. O caminho, defende, deve ser “o da cooperação”. “Somos contra meter bombeiros dentro da estrutura da Proteção Civil. Acho que a solução passa pela cooperação. Não têm e não devem ser absorvidos e tudo confundido. Uma coisa é coordenação no terreno e operacional, outra, bem diferente, é a preparação do povo. Opomo-nos a essa ideia”, reiterou António Nunes. Esta, de resto, “foi sempre a visão do senhor presidente, e nunca aceitámos, nem aceitaremos. Devia ter mais respeito pela Liga e pelas federações, que parecem ser dispensáveis”.


“É importante não esquecer que os bombeiros são autónomos. O Estado não tem bombeiros, a Proteção Civil também não. O que acontece é cooperação e é assim que deve continuar a ser”, aponta António Nunes. E, depois, um aviso: “Espero que o presidente não se esqueça que os bombeiros são os únicos que lhe dão honras de continência.”


Já falou diretamente com Duarte da Costa? “Não.” Mas, este domingo, assinala-se o Dia Nacional do Bombeiro e a ocasião será aproveitada para “se fazer esse reparo”. Porque “há afirmações que não correspondem à verdade”, argumenta o presidente da LBP.


Perante isto, António Nunes espera que o secretário de Estado da Proteção Civil [Paulo Simões Ribeiro] tenha “ouvido ou lido as declarações do senhor presidente”, como a Liga fez. E depois? “O senhor secretário de Estado e o Governo que tire as conclusões que deve tirar e entender necessárias.” 


Diário de Noticias 

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