Faltam Equipas de Combate a Incêndios no Grande Porto - VIDA DE BOMBEIRO

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segunda-feira, 29 de abril de 2024

Faltam Equipas de Combate a Incêndios no Grande Porto

 


O presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto, Marco Martins, alertou, esta segunda-feira, para a dificuldade em recrutar equipas para o combate a incêndios rurais durante o período de verão. O receio é o de que não se consiga atingir metade das equipas do ano passado.


Preocupado com o difícil recrutamento de equipas para formar o dispositivo especial de combate a incêndios rurais no Grande Porto para o próximo verão, o presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil, Marco Martins, aproveitou a reunião de Conselho Metropolitano do Porto desta segunda-feira para deixar um alerta. Em causa está a falta de recursos humanos, aliada à baixa remuneração destas equipas. A região pode ter mesmo de atravessar os meses mais quentes do ano com cerca de metade das pessoas que habitualmente garantem o combate aos incêndios.


Estas equipas entram ao serviço no dia 1 de maio e assim se mantêm até 30 de outubro. O reforço é maior nos meses de julho e agosto.


"A preocupação quanto ao dispositivo especial para este ano é a de que das cerca de 60 equipas que o Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Área Metropolitana do Porto tem ao seu dispor por essa altura, provavelmente nem metade conseguirá constituir. Não há recursos humanos para tal. Nem voluntários [nos corpos de bombeiros] nem quem recebe uma pequena remuneração por este serviço. Estamos a falar de andar no terreno, no meio do mato, equipados no meio do calor e a puxar mangueira, quando nem sequer três euros à hora recebem de remuneração", contextualiza em declarações aos jornalistas o também presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins.


Escasseiam recursos humanos


"Todos os anos, para além da estrutura dos corpos de bombeiros, há um reforço na época de fogos ao qual chamamos de dispositivo especial de combate a incêndios rurais. É constituído por um conjunto extra de equipas terrestres. O Estado financia-as através de uma pequena remuneração. No ano passado, eram 64,20 euros por 24 horas. Ou seja, nem três euros à hora dá. Este ano, estamos ainda à espera da atualização. Diz-se que vai ser de 5%. Mas a questão de fundo nem é a remuneração", garante.


O principal problema, insiste, é a falta de "massa humana nos bombeiros", sublinhando a importância de cada um limpar os seus terrenos para evitar a propagação das chamas em caso de incêndio.


O presidente do Conselho Metropolitano do Porto e autarca de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, constata o mesmo: "O problema que estamos a ter neste momento é o recrutamento. Nem as associações humanitárias de bombeiros voluntários, nem os sapadores, - no caso dos municípios, que têm sapadores -, estão a conseguir dar resposta àquilo que são os rácios estabelecidos por lei para a contratação das equipas, que estão até financiadas. Portanto, nem sequer não há um problema financeiro".


Com o apoio financeiro já garantido pelos municípios aos respetivos corpos de bombeiros, Marco Martins apela a maiores benefícios concedidos pelo Estado. 


Entre as propostas referidas pelo também autarca usando exemplos de outros países da Europa está a isenção de 50% em IRS, prioridade no acesso ao Ensino Superior com a possibilidade de ir sempre a uma época especial de exames, e a devolução de 100% das propinas a filhos de bombeiros no ativo (atualmente, é de 50% em Portugal, diz).


JN

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