O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil alertou, esta terça-feira, que os quatro helicópteros do INEM - Instituto Nacional de Emergência Médica correm o risco de ficar em terra durante alguns dias deste mês, uma vez que há pilotos afetos ao serviço que já não têm horas de voos disponíveis.
Segundo a estrutura sindical, o serviço é assegurado por 32 pilotos da empresa Avincis Aviation Portugal, que detém o contrato de operação dos helicópteros de emergência médica, e cada profissional não pode ultrapassar o limite anual de 1 500 horas de trabalho “por motivos de segurança”.
Caso não cumpra a lei, o piloto está “sujeito a contraordenações muito graves” que poderão resultar na perda da licença. “Os helicópteros arriscam-se a ficar alguns dias no chão”, afirmou Tiago Faria Lopes, presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil.
De acordo com o sindicato, dos 32 pilotos da Avincis Aviation Portugal que operam os helicópteros do INEM, 17 são sindicalizados. E, desses, apenas três não irão atingir o limite das 1500 horas de voo este ano. Quanto aos pilotos não sindicalizados, Tiago Faria Lopes diz ter “dúvidas” de que também não tenham “excedido largamente” o número máximo de horas.
“Muito grave”
“Esta empresa, para operar normalmente, deveria ter 44 pilotos. Neste momento, tem 32. Se pararem 17 pilotos corremos o risco desta empresa não conseguir fazer o serviço publico para a qual foi contratada. Os helicópteros irão ficar no chão. Isto é muito grave”, lamentou o dirigente sindical.
O sindicato garante já ter alertado, através de carta, a Avincis Aviation Portugal, a Autoridade Nacional de Aviação Civil, a Autoridade para as Condições do Trabalho, a Agência Europeia para a Segurança da Aviação e o INEM. O JN contactou o INEM sobre o assunto, mas não obteve resposta em tempo útil.
Tiago Faria Lopes sublinha a importância do serviço prestado pelos pilotos e recorda que os helicópteros são acionados em “casos extremamente graves”, nomeadamente “um acidente gravíssimo” ou o “transporte de doentes em estado grave de um hospital para o outro”.
O dirigente sindical deixa, ainda, outras críticas à Avincis Aviation Portugal. Acusa a empresa de não contabilizar o tempo de posicionamento dos pilotos, ou seja, quando o profissional tem de se deslocar para fora da sua base em trabalho.
JN
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