Terminada a fase crítica dos incêndios rurais, 2023 consagra-se como o segundo ano com menos fogos e o terceiro com a área ardida mais reduzida desde 2013, ou seja, no espaço de uma década, segundo o relatório provisório com dados até 30 de setembro, a que o JN teve acesso.
O total de hectares consumidos pelas chamas desde janeiro caiu 70% face a 2022. E, se compararmos apenas os três meses de alerta máximo no verão, a redução passa a ser de 75%.
Segundo dados do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR), recolhidos até sábado, foram registados de 1 de janeiro a 30 de setembro 7191 incêndios e 33 031 hectares de área ardida no continente.
O Porto volta a ser o distrito com mais fogos (1450), mas 92% têm menos de um hectare. Castelo Branco tem mais área ardida.
Olhando para o histórico dos 10 anos anteriores, são menos 43% de fogos e 65% de área ardida relativamente à média anual do mesmo período (ver infografia). Apenas 2021, marcado pela pandemia, teve menos fogos do que este ano. Quanto aos hectares, o total mais baixo foi em 2014, seguido de 2021. Até 31 de agosto, 2023 era o terceiro ano com menos incêndios e o quarto com menos área ardida. Setembro veio acentuar ainda mais a redução, com o acumulado deste janeiro a apontar para menos 70% da área ardida face aos primeiros nove meses de 2022 e de 28% no número de fogos.
Incendiários causam 28%
Se isolarmos a fase crítica, de julho a setembro, há uma quebra de 75,5% face aos hectares ardidos no mesmo período em 2022 e de 39,5% nos fogos. No trimestre mais crítico, os incêndios totalizaram 3396 e a área ardida foi de 24 135 hectares.
A comparação foi feita a partir do relatório publicado pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas a 15 de outubro do ano passado, que atualiza os dados anteriores.
Agosto é o mês com mais fogos rurais. Soma 1768, com 25% do total deste ano. Foi também em agosto que arderam mais hectares, com um total de 22 034, o que equivale a 67% do total.
O relatório provisório do SGIFR sobre 2023 mostra ainda que os fogos com área ardida inferior a um hectare são mais frequentes (84%). As queimas e queimadas representam 40% das causas e os incendiários são responsáveis por 28%.
JN
Sem comentários:
Enviar um comentário