A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, afirmou hoje que o presidente da AGIF, Tiago Oliveira, cujas declarações recentes motivaram um pedido de demissão por parte da Liga dos Bombeiros, tem um "enorme respeito" pela classe.
"Há uma coisa que eu conheço que é o enorme respeito que o Tiago, como todos nós que estamos na política, temos com os nossos bombeiros", afirmou a governante, à margem de uma visita aos concelhos de Odemira (Beja) e Aljezur (Faro), afetados por um incêndio que deflagrou em 05 de agosto e foi dado como dominado na quarta-feira.
Na semana passada, a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) entregou ao primeiro-ministro uma carta a exigir a demissão do presidente da Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais (AGIF), alegando uma "quebra irrecuperável de confiança".
Em julho, numa audição no parlamento, o responsável referiu-se ao facto de os "corpos de bombeiros receberem em função da área ardida", considerando o "objetivo perverso".
Salientando que, muitas vezes, a forma como os políticos se expressam "pode não ser a mais feliz", a ministra disse hoje que a declaração do presidente da AGIF "não traduz de todo o sentimento de profundo reconhecimento que o Governo e a população têm relativamente ao trabalho dos bombeiros".
"Não devemos alimentar aquilo que não é o sentimento do Governo e muito menos do presidente da AGIF, que é extremamente profissional", sublinhou, insistindo que conhece "o enorme respeito" que Tiago Oliveira "tem por todos aqueles que fazem parte deste ecossistema de prevenção e de combate aos incêndios".
Admitindo que ainda é possível fazer melhorias, Ana Abrunhosa salientou que existe "um mundo de diferença" entre o período "antes da AGIF e depois da AGIF" no que diz respeito à prevenção e ao combate aos incêndios.
Perante os deputados, Tiago Oliveira afirmou ainda que "há municípios a gastar meio milhão de euros, uma barbaridade de dinheiro nos bombeiros, quando não gastam dinheiro a gerir a floresta", sendo necessário equilibrar a prevenção e o combate.
Dois dias depois, a AGIF esclareceu que estas afirmações não colocavam em causa "o muito válido trabalho" dos municípios e bombeiros na proteção contra incêndios florestais, mas defendeu uma revisão na legislação de financiamento das autarquias.
Lusa
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