Comando nacional dos bombeiros não é uma questão de “vaidade” - VIDA DE BOMBEIRO

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sexta-feira, 7 de julho de 2023

Comando nacional dos bombeiros não é uma questão de “vaidade”

 


O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses alertou, esta sexta-feira, no Parlamento, para a necessidade de criar um comando nacional operacional dos bombeiros, defendendo que deve ser reposto o princípio de equidade de serem “bombeiros a comandar bombeiros”. Há dívidas por pagar às corporações desde 2019.


As questões não são novas e foram relembradas pelo presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, numa audiência parlamentar sobre o “funcionamento dos corpos de bombeiros e do Estatuto do Voluntariado”. Para o líder dos bombeiros, o comando nacional operacional dos bombeiros não é uma questão de “vaidade”. “Não podemos chegar ao incêndio da Serra da Estrela e ter 100 bombeiros parados à espera de combater. Ou bombeiros que saíram de Lisboa com as viaturas carregadas de água e chegaram ao quartel carregados com a mesma água”, desabafou.  


António Nunes criticou o facto dos bombeiros não liderarem o comando operacional e tático nos combates a incêndios florestais e lamenta que, na linha da frente de combate, existam várias viaturas e cada uma seja “comandada” por uma entidade diferente. Reconhece, no entanto, que o nível estratégico, relacionado com a evacuação e auxílio às populações, esteja do lado da Proteção Civil.  


Dívidas e falta de viaturas para combate a incêndio industrial


Questionado pelos deputados do PSD e do Chega sobre se ainda existem dívidas por saldar aos bombeiros, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses confirmou que “há dívidas desde 2019 para pagar. Existem muitas faturas por pagar na caixa dos sapatos”. O líder dos bombeiros portugueses lembrou que este não é o único problema das corporações e pediu ao Governo mais apoios financeiros para equipar devidamente os quartéis.  


Para António Nunes, esta falta de recursos ficou bem patente no incêndio que deflagrou, no último sábado, numa fábrica de bacalhau congelado em Ermidas-Sado, em Santiago do Cacém, onde não existiam viaturas suficientes para o combate de um incêndio industrial. Foi necessário o recurso a viaturas de Lisboa para “combater um incêndio em Setúbal. 17 dos 14 veículos eram de combate a incêndios florestais”, denunciou, assinalando que cinco bombeiros foram assistidos durante o combate às chamas.  


O presidente da Liga dos Bombeiros pediu, ainda, ao Estado mais reconhecimento e valorização, nomeadamente com a profissionalização da profissão para que nenhum bombeiro seja ressarcido por menos de 4,70 euros por hora.  


E lembrou a importância destes profissionais para o país, recordando o episódio, na última quarta-feira, com presidente da República que foi “mais uma vez prontamente assistido pelos bombeiros” devido a um desmaio numa visita à Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa, em Almada. Por fim, lamentou a falta de atualização dos seguros dos bombeiros voluntários no início de uma época “muito difícil para todos os portugueses”, a época dos incêndios. 


JN

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