Braga nega que paraquedismo interfira no voo de helicóptero de combate a incêndios - VIDA DE BOMBEIRO

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quinta-feira, 8 de junho de 2023

Braga nega que paraquedismo interfira no voo de helicóptero de combate a incêndios

 


A Câmara de Braga considera que a explicação dada pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) para a saída de Braga para Famalicão de um helicóptero ligeiro para combater incêndios, a de que o paraquedismo “compromete o tempo de resposta” do ataque inicial, é “totalmente despropositada”.


O seu presidente, Ricardo Rio afirmou, em declarações a O MINHO que, “sempre que há alerta laranja ou vermelho não há paraquedismo no aeródromo de Braga. E em todas as outras circunstâncias sempre houve coordenação (como acontece no Porto ou em Évora)”.


Desde que sou presidente houve uma única situação de conflito entre o heli e os paraquedistas”, refere.


E o autarca acrescenta: “o presidente da ANEPC contactou-me a transmitir que esta era uma opção pessoal que tinha a ver com a distribuição de meios no território. Invocou também estas questões logísticas, mas eu relembrei-lhe o que aqui disse e fiz ver que foram articuladas diversas intervenções entre o Município e a ANEPC para melhorar as condições de apoio aos meios aéreos: algumas das quais já concretizadas, e outras, como a instalação de uma nova plataforma – que é um investimento avultado (que podem deixar de fazer sentido neste contexto)”.


E conclui: “Manifestei-lhe a minha estranheza por ser uma decisão de última hora, não discutida, não preparada e contrária à apresentação original de distribuição dos meios”.


Decisão operacional


Ontem, e em resposta enviada à Lusa, a ANEPC sublinha que se tratou de uma decisão “de caráter operacional”, que foi tomada “pela necessidade de garantir uma base de operação na qual não seja comprometida a resposta imediata e permanente do helicóptero de ataque inicial, cujo sucesso depende em larga medida da rapidez de despacho e descolagem do meio aéreo”.


Braga perde helicóptero contra incêndios devido ao paraquedismo


“A atividade de paraquedismo [no aeródromo de Palmeira, em Braga] compromete o tempo de resposta do helicóptero de ataque inicial, uma vez que, desde o momento da largada até à aterragem do último paraquedista, não pode haver motores em marcha”, acrescenta.


Aquele meio aéreo vai, assim, para Vila Nova de Famalicão, devendo a sua instalação ocorrer durante o mês de junho, para ficar disponível até 15 de outubro.


Na terça-feira, o presidente da Comunidade Intermunicipal do Cávado criticou o “desvio” de um meio aéreo de Braga para Famalicão, considerando que é uma decisão errada que pode, designadamente, dificultar o combate a incêndios no Parque Nacional da Peneda-Gerês.


Ricardo Rio, que é também presidente da Câmara de Braga, sublinhou ainda que a decisão foi tomada “na véspera” da entrada em funcionamento do dispositivo local de prevenção e combate a incêndios, “que estava a contar com aquele meio aéreo”.


“É uma decisão completamente contrária ao que tinha sido inicialmente anunciado, sendo ainda de realçar que não nos foi dado qualquer conhecimento prévio nem qualquer explicação para a alteração de planos”, acrescentou.


Câmara construiu placa para helicópteros


Entretanto, e conforme o o MINHO noticiou, o Aeródromo Municipal de Braga concluiu a construção de uma nova placa de estacionamento de aeronaves, no caso, para acolher um ou dois helicópteros de combate a incêndios do Centro de Meios Aéreos (CMA) da Proteção Civil.


Numa segunda fase, a placa será alargada de forma a acolher aeronaves de asa fixa.


“Esta placa, dedicada à operação do CMA durante o DECIR (Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais), localizar-se-á numa área afastada da atual, o que para além de a desocupar para uso dos utentes do aeródromo, mitiga os condicionalismos operacionais que a operação de um helicóptero pesado acarreta, ao inviabilizar o estacionamento de aeronaves em grande parte desta área do aeródromo, durante cerca de quatro meses”, disse o diretor do Aeródromo, Cícero Peixoto.


A placa – acrescentou – vai ainda contribuir para a segurança operacional, nomeadamente aumentando significativamente a distância da operação do CMA em relação ao local de aterragem dos paraquedistas, ao mesmo tempo que deixa de condicionar as movimentações das aeronaves nas placas existentes”.


Em regra, o Aeródromo é usado para cerca de 15 aeronaves, pertencentes ao Aero Clube de Braga ou ao Céu Riscado – Clube Aeronáutico, maioritariamente dedicado aos chamados ultraleves.


A médio prazo, a Câmara vai construir um novo hangar para ser usado, na sua maioria, para acolher as aeronaves do Céu Riscado.


O Minho

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