Bombeiros de Entre-os-Rios celebraram um século - VIDA DE BOMBEIRO

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segunda-feira, 19 de junho de 2023

Bombeiros de Entre-os-Rios celebraram um século

 


Os Bombeiros Voluntários de Entre-os-Rios, do concelho de Penafiel, assinalaram no domingo o seu centésimo aniversário, numa cerimónia que foi presidida por Patrícia Gaspar, secretaria de Estado da Proteção Civil.


Em Penafiel, Patrícia Gaspar destacou a importância das Associações de Bombeiros, “instituições sem paralelo na nossa forma de organização”, que têm uma dupla dimensão, operacional e social, que “faz dos bombeiros o setor mais querido e mais reconhecido pela população”.


Salientando o facto de o sistema de bombeiros de Portugal ser único, pela sua matriz voluntária, a secretária de Estado afirmou que “só o voluntariado não chega” e é preciso juntar a este “a vertente do profissionalismo”. “Não há um único corpo de bombeiros em Portugal que viva apenas de voluntários", defendeu, acrescentando que esta convivência "é enriquecedora" e é preciso "criar condições para que possa existir", juntando "a esta dimensão a dimensão do profissionalismo”. Para Patrícia Gaspar, “temos que ter uma capacidade de resposta que vá além do voluntariado, que não o abafa, mas que cresce com ele”.


E, segundo a secretária de Estado, é esse trabalho que o Governo tem vindo a fazer e no qual se insere a criação das Equipas de Intervenção Permanente, que agora foram também criadas em Penafiel – o único concelho do país que ainda não tinha – e cujos protocolos de criação com as três corporações do concelho foram assinados pelo município, no final da cerimónia. “Há cerca de sete ou oito anos tínhamos um total nacional que não chegava 150 equipas e neste momento temos 780 equipas autorizadas no nosso país”, referiu, destacando o “esforço enorme” que junta o Estado central, as autarquias e as associações humanitárias dos bombeiros.


Segundo Patrícia Gaspar, este esforço, em 2023, ultrapassa os 60 milhões de euros e faz de Portugal “um dos melhores exemplos de boas práticas” pelo que está a fazer pela resposta operacional, mas também pela prevenção e pelo combate, na preparação.


Segundo a secretária de Estado, os investimentos feitos nos bombeiros e na Proteção Civil “estão a dar frutos” e este ano houve um aumento de cerca de 32 milhões de euros, mais 7% de investimento em relação ao ano anterior. “E a estes temos que somar os 30 milhões que o Estado central coloca em termos de investimento neste setor. São quase 60 milhões num ano”, salientou, dando ainda nota de que foram alocados 20 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para o setor dos bombeiros, que vai permitir distribuir 81 veículos florestais para os bombeiros e investir seis milhões de euros para a proteção individual e um milhão para apoiar a formação e a capacitação.


“Estamos a investir na profissionalização dos corpos de bombeiros, a investir no reequipamento dos corpos de Bombeiros, mas sim, há um longo caminho e há já um segundo processo em curso, em termos de investimento comunitário, o PT2030, onde conseguimos prever mais 122 milhões de euros para a área dos Bombeiros e do socorro”, concluiu.


Comandante pede “melhores condições”


Aproveitando a presença da secretária de Estado no evento, Filipe Jesus, comandante em regime de substituição dos Bombeiros Voluntários de Entre-os-Rios, referiu “os momentos de incerteza e dúvida, acompanhados de desânimo e desalento” e pediu à governante “mais e melhores condições”, que permitam aos bombeiros “desempenhar as suas funções com muito mais brio e dignidade”.

 Concretamente, pediu a implementação de um sistema de incentivos ao voluntariado, “mais eficazes apoios sociais”, sendo também urgente “efetivar um plano de reequipamento adequado para o cumprimento de um melhor socorro aos cidadãos”.


Falou ainda de “discriminação” no que concerne a fundos comunitários, de reequipamento de veículos, equipamentos e infraestruturas, coisas que não têm sido consideradas prioridades e pediu maior atenção.


Também José Pinheiro, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Entre-os-Rios, falou dos “tempos difíceis” e dos “desafios complexos” que se apresentam às corporações, exigindo que continuem “a trabalhar com afinco, aperfeiçoar as  técnicas e a investir em equipamentos cada vez mais avançados”.


JN

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