Temperaturas acima dos 40ºC. Tempo seco e vento a soprar. Este tem sido o cenário dos últimos dias, acompanhado de notícias de incêndios em vários pontos do país e da Situação de Contingência decretada. Na região, Baião tem sido um dos focos entre o passado fim de semana e esta quinta-feira. O Jornal A VERDADE esteve à conversa com José Manuel Ribeiro, coordenador municipal da Proteção Civil de Baião para fazer um ponto de situação e alguns conselhos a dar à população.
“Desde o passado sábado temos tido muitas ocorrências e alguns incêndios com alguma dimensão. Hoje, temos um incêndio de grande dimensão já a lavrar na Serra do Marão. Iniciou-se no lugar de Teixeira, concelho de Baião, numa reativação de um incêndio que tinha ocorrido no passado domingo à noite, embora estivessem aqui vários trabalhos de consolidação do rescaldo. Hoje, devido ao vento forte de leste, que estava a favor do declive, fez com que tivéssemos aqui um incêndio de grandes dimensão”, descreveu. Durante a tarde desta quinta-feira, o incêndio contava com mais de 100 operacionais e dois meios aéreos e estava “quase todo já no concelho de Amarante”, numa progressão lenta “em direção a duas populações”.
O coordenador municipal referiu que na quarta-feira à noite foram colocados no terreno equipas extra de vigilância, de forma a que haja “uma vigilância noturna no concelho aos locais onde há mais recorrências de incêndio no concelho e onde há também incêndios anteriores que, por sua vez, podem reativar durante a noite e como durante a noite há menos pessoas alerta, poderá ter a deteção mais tarde”. “Quanto mais tardia for a deteção com estas condições meteorológicas, mais difícil é, depois, conseguirmos debelar o incêndio, nos locais de reativação”, sublinhou.
As condições de calor dos últimos dias, que “são muito graves”, e de “secura dos combustíveis, ou seja, daquilo que pode arder”, que estão “numa situação extrema”, bem como o vento leste que se tem feito sentir têm feito com que, “a cada dia que passa, se agrave a situação em termos de secura dos combustíveis, portanto, qualquer pequena ignição dá origem a um grande incêndio se não for imediatamente atacado”.
Como conselhos para a população, José Manuel Ribeiro destaca: “É fundamental que ninguém use fogo nestas alturas, nas áreas rurais. Deve ser tolerância zero para o uso de fogo! Aconselho também as pessoas a não circularem no interior dos territórios florestais e também está proibida a questão do recurso ao fogo de artifício”.
Neste momento, aquilo que os bombeiros mais necessitam, afirma, é de “descanso”. “Os nossos bombeiros estão a fazer tudo o que podem. Estão exaustos. Necessitariam de descanso. Se a população quiser apoiar com água, barras energéticas, alguma alimentação e fruta, pode e deve fazê-lo, entregando esses produtos nos corpos de bombeiros da região, porque toda essa água, toda essa fruta é precisa nestas alturas”, remata.
A Verdade
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