Mulheres Tomam o Comando das Corporações de Bombeiros no Distrito do Porto - VIDA DE BOMBEIRO

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domingo, 13 de março de 2022

Mulheres Tomam o Comando das Corporações de Bombeiros no Distrito do Porto

 


Numa altura em que as corporações de bombeiros lidam com a escassez de voluntários, assiste-se à entrada de cada vez mais mulheres nos quartéis. E já são várias em posição de comando.


Segundo dados da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, dos 3170 bombeiros que fazem parte das corporações do distrito do Porto, 843 são do sexo feminino. E há quem consiga chegar a cargos de chefia, mesmo que o número ainda seja escasso.


Sinal de que ainda há um longo caminho a percorrer, é o facto das equipas profissionais dos Sapadores do Porto e de Gaia ainda não terem mulheres nos quadros operacionais.


Albano Teixeira, comandante operacional distrital da Proteção Civil do Porto, lembra que "é preciso ver que, há mais de dez anos, não havia essa tradição de haver mulheres nas corporações e os quartéis tiveram de se adaptar para recebê-las, nomeadamente criando camaratas distintas". Mesmo assim, recorda que, "em 2008, já havia uma mulher comandante, na Póvoa de Varzim", explicando que "as mulheres começaram por ingressar nos bombeiros no âmbito da saúde pré-hospitalar".


Hoje em dia, atesta o comandante, "são cada vez mais as mulheres nas corporações de bombeiros e são também aquelas que mais continuam a chegar".


Os números assim comprovam: "Nas provas de ingresso, 60% dos candidatos são do sexo feminino", garantiu Albano Teixeira.


"DEVIA HAVER INCENTIVOS"


Renata Brito, 18 anos, aluna de Medicina, no Porto, é uma delas. Inscreveu-se nos Bombeiros da Areosa/Rio Tinto (Gondomar) em setembro de 2020 e, por conta da pandemia, teve de esperar um ano até concretizar o sonho de "ingressar num projeto de voluntariado". Mas não o fez sozinha. Consigo levou o irmão, Henrique, de 21 anos.


"Sentia que tinha de fazer algo pelas pessoas", explicou a estudante, que ainda anda em formações, chamando a atenção de que "devia de haver incentivos para os jovens conhecerem o mundo dos bombeiros". E sublinhou: "Talvez houvesse mais voluntários". Renata conta que, no seu caso, "foi um amigo, elemento da corporação, bastante entusiasta", que a incentivou e ao irmão a serem voluntários. "Levou-nos a visitar o quartel e explicou-nos o que se fazia", relatou a jovem, ansiosa pelo dia em que poderá ir para o "terreno".


O comandante operacional distrital da Proteção Civil do Porto enumera vários elogios à presença do sexo feminino nos quartéis: "Elas acabam por pensar melhor! É notório que as mulheres são capazes de tratar de duas ou três coisas ao mesmo tempo, trazem também inovação e destreza na hora da descoberta. No terreno, normalmente, as vítimas sentem-me mais acolhidas quando são assistidas por mulheres, tendo uma sensação de maior conforto. Já no teatro operacional, por exemplo, num incêndio, conseguem ter uma frieza que as faz avançar sem receios".


O único senão prende-se com "o grau de desistência quer dos cargos de chefia, quer da atividade nos bombeiros, não só porque casam e têm filhos, como quando escolhem consolidar as carreiras".


38 mulheres nos Bombeiros de Ermesinde


É a corporação do distrito do Porto que mais mulheres tem no corpo ativo, que totaliza 109 bombeiros. Os de Santa Marinha do Zêzere (Baião) e os de Felgueiras, são os que têm menos: cinco.


"Funcionárias civis"


A Câmara do Porto confirmou que não há sapadores bombeiros do sexo feminino, "apenas funcionárias civis". No entanto, o Batalhão "espera em próximas recrutas integrar mulheres".


Fonte: JN

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