Direção dos B.V. do Porto Admite que Emergência Não está Assegurada - VIDA DE BOMBEIRO

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quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Direção dos B.V. do Porto Admite que Emergência Não está Assegurada

 


A direção dos Bombeiros Voluntários do Porto confirma que "a emergência médica não tem estado a ser assegurada, seja durante o dia, seja no período noturno", mas rejeita responsabilidades.


Em comunicado, os responsáveis da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Porto explicam que "tal não acontece por vontade da direção, mas porque existe uma ação concertada por parte de alguns bombeiros para que isso não aconteça".


E explica: "Não obstante os críticos da atual direção invocarem que tal se deve à falta de assalariados, o certo é que durante a noite, período durante o qual devem os serviços ser assegurados pelo piquete, a informação que dão à central é de que não há disponibilidade, com exceção para as situações de fogo urbano. Ora, se há cinco pessoas disponíveis para sair a fogo, o mínimo obrigatório para aceitar este tipo de chamadas, por que é que não há dois bombeiros disponíveis para assegurar uma chamada de emergência médica?"


A direção defende que "independentemente de serem assalariados ou não, o certo é que os serviços sempre foram assegurados por bombeiros que recebiam a devida compensação por tempo perdido". E acrescenta: "O que acontece é que temos no quartel um comandante que se recusa a fazer serviços, o que é uma violação das suas obrigações quer enquanto bombeiro, quer enquanto comandante. Sobretudo aos fins de semana, não há piquetes, o que tradicionalmente é assegurado por voluntários".


A direção da Real Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários do Porto "entende estar na altura de esclarecer em que estado encontrou a instituição [quando tomou posse em 2019], o que está a ser feito para lhe devolver a credibilidade e lisura de processos e refutar, ponto por ponto, todas as acusações de que tem sido alvo".


Isto numa altura em que persiste uma grande onda de contestação à atual direção por parte do corpo de bombeiros.


Além de despedimentos "ilícitos", com base em processos disciplinares, Gustavo Pereira, presidente da Direção dos Bombeiros Voluntários do Porto, é acusado pelos queixosos de ter tomado posse da associação "de assalto", de ter feito desaparecer equipamentos de proteção individual dos bombeiros, assim como rádios e aparelhos respiratórios das viaturas de socorro.


Sobre o não reconhecimento do processo que conduziu à eleição da direção, os responsáveis referem que "em tempo útil os tribunais já se pronunciaram, considerando válidas as deliberações em que foram eleitos os novos órgãos sociais".


Já quanto aos funcionários, a direção esclarece que "a associação tem oito funcionários, de entre os quais dois são bombeiros voluntários assalariados", admitindo ser "falso que tenham sido despedidos nove funcionários". "Foram despedidos dois funcionários e sem qualquer tipo de ilegalidade, tal como o tribunal veio a reconhecer num dos casos", acrescentou.


Relativamente às acusações dos bombeiros que dizem que a direção comprou uma ambulância na Alemanha que nunca chegou a aparecer, os mesmos responsáveis admitem que adquiriram o veículo, explicando que o negócio partiu de "um ato de gestão que permite ter um equipamento valiosos a um valor bem mais barato do que aquilo que se costuma praticar".


Daí referirem que a ambulância "teve um custo de 8500 euros", estando "ainda em aberto o custo final, visto que o veículo tem de ser capacitado com os requisitos necessários à certificação pelo INEM". O que deve vir a custar "entre os 15 mil e os 17.500 euros".


Mas acrescentam: "Com a falta de disponibilidade de voluntários para assegurar os serviços que são solicitados, não há tanta urgência na regularização da ambulância em causa".


Sobre os materiais que desapareceram das viaturas de socorro, a direção diz que "em nada afetam a funcionalidade do corpo de bombeiros" . "A única alteração foi a retirada de equipamentos da Ambulância de Cuidados Intensivos, que foi convertida em ambulância de socorro, pelo facto de não termos, há vários anos, serviço para este tipo de veículo, necessitando muito mais de uma ambulância para fazer socorro", sustentam.


"O monitor e, sobretudo, o ventilador, ficaram à guarda da Associação, numa altura em que havia notícia de que seriam necessários ventiladores para os doentes covid, o que nunca chegou a acontecer", acrescenta o comunicado.


No mesmo texto, a direção faz ainda saber que já pagou "mais 20 mil euros em dívidas da direção anterior". "A atual direção não contraiu um único cêntimo de dívida", sublinha.


Fonte: JN

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