Bombeiros Alertam para "Situação Caótica" no Hospital de Vila Franca de Xira - VIDA DE BOMBEIRO

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quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Bombeiros Alertam para "Situação Caótica" no Hospital de Vila Franca de Xira

 


As corporações de bombeiros que servem o Hospital de Vila Franca de Xira alertaram esta terça-feira para a "situação caótica" vivida neste equipamento de saúde, sublinhando que estão a ser "cada vez mais confrontados com situações desumanas".


Numa carta aberta, as 12 corporações de bombeiros que operam na área de influência do Hospital de Vila Franca de Xira (HVFX), no distrito de Lisboa, apontam para a existência de vários "constrangimentos" no serviço de socorro prestado naquele hospital, na sequência da transição da gestão privada para a pública.


"Mais recentemente, a um ritmo vertiginoso, somos cada vez mais confrontados com situações desumanas que escapam à compreensão de todos e que não são confortáveis nem para os utentes que transportamos, nem tão pouco para os operacionais dos corpos de bombeiros que comandamos", pode ler-se na missiva enviada a várias entidades.


Os bombeiros classificam a situação vivida nas urgências do HVFX de "caótica" e alertam para os "constrangimentos" causados no funcionamento das corporações.


"A situação caótica em que temos encontrado as urgências do Hospital tem causado constrangimentos vários no funcionamento dos Corpos de Bombeiros, nomeadamente a nível da gestão dos recursos humanos", lê-se na carta.


Dirigindo-se ao presidente do Conselho de Administração do hospital, os bombeiros afirmam que "se por um lado podemos afirmar um sentimento profundo e vivenciado de aumento do número de horas de espera das ambulâncias por falta de recursos básicos como macas ou cadeiras de rodas, precisamos também que entenda que estes tempos de espera causam impactos vários nos recursos humanos das nossas instituições, que vão desde o simples aumento injustificado de horas de trabalho como até à dificuldade de satisfação de necessidades mínimas como a logística alimentar".


As 12 corporações de bombeiros queixam-se ainda da "redução de meios disponíveis para fazer face a um eventual acidente grave ou catástrofe".


"Sabemos que são constrangimentos que são do conhecimento público e estão a chegar ao Governo, à ARS (Administração Regional de Saúde) e à administração do Hospital Vila Franca de Xira. Apesar de várias vezes terem sido demonstrados sinais de tentativa de resolução do problema, certo é que cada vez mais se agrava, sabendo todos nós antecipadamente, e até com a relação histórica, que o período de maior afluência às urgências por razões de doença súbita (como a gripe por exemplo) se aproxima", alertam.


Nesse sentido, os bombeiros pedem assim à administração do Hospital de Vila Franca de Xira uma reunião "com a urgência possível" para aferir quais serão "as medidas concretas" para minimizar os constrangimentos existentes.


Contactada pela Lusa, fonte do Hospital de Vila Franca de Xira manifestou-se surpreendida com esta carta, ressalvando que "nunca nenhuma corporação de bombeiros da área de referência fez chegar qualquer tipo de constrangimento que agora refere" e negou a falta de equipamento no serviço de urgência.


"Aliás, já durante o verão, e para colmatar eventuais necessidades na época de inverno que se aproxima, o atual Conselho de Administração adquiriu mais macas para o Serviço de Urgência. Reforça-se, portanto, que não existem equipamentos em falta no Serviço de Urgência, como sejam macas ou cadeiras de rodas", aponta a administração do HVFX.


Nesse sentido, a administração do Hospital de Vila Franca de Xira interpreta esta tomada de posição dos bombeiros como "mais um fator que se inscreve na constante pressão que tem existido sobre a transição da gestão privada para a pública.


"Não há razões, não há falta de macas, bem como não há falta de cadeiras de rodas. Existe sim, uma afluência muito expressiva aos Serviços de Urgência, como em qualquer hospital público, e como é do conhecimento geral", argumentam.


O Hospital de Vila Franca de Xira deixou de ser gerido em Parceria Público-Privada (PPP) a 1 de junho de 2021.

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