Os anticorpos sofrem uma quebra drástica três meses após a vacinação contra a Covid-19. A conclusão é de um estudo feito pelo Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, que está a avaliar nove mil profissionais de saúde que foram vacinados contra o coronavírus.
O estudo já tem conclusões para perto de metade do universo estudado, ou seja, para mais de quatro mil pessoas, adianta este domingo o jornal Diário de Notícias.
Ao fim de três meses, o nível de anticorpos caiu para um sexto do valor detetado depois da toma das duas doses da vacina.
O estudo, que começou a ser feito em dezembro, revelou que, logo após a vacinação completa, os profissionais de saúde ficaram com um nível de anticorpos de quase 98%, mas, passados os três meses, a queda era abrupta - em média, para um sexto dos valores iniciais.
A coordenadora do estudo, Lucília Araújo, confessa ao Diário de Notícias, que os investigadores ficaram "tristes" com estes resultados, e ainda mais, porque a tendência de descida confirma-se ao fim de seis meses.
Ainda assim, nos mais de quatro mil profissionais de saúde avaliados, verifica-se que, naqueles que já tinham estado infetados, a descida dos níveis de anticorpos foi mais suave, ou seja, tinham uma resposta mais robusta ao vírus.
Outro dado revelado pelo estudo é que a resposta imunitária vai descendo com a idade.
Lucília Araújo afirma que, nos vacinados mais jovens, a resposta foi mais exuberante, enquanto nos mais velhos se criaram menos anticorpos.
Há também uma diferença entre homens e mulheres. Ao longo do tempo, as mulheres ficam com mais anticorpos do que os homens.
Avaliando estas conclusões, Lucília Araújo não tem dúvidas: mais tarde ou mais cedo, vai ser necessária uma terceira dose da vacina. A médica defende que a revacinação deve ser feita primeiro nos profissionais de saúde, depois entre a população mais vulnerável, em terceiro lugar aos vacinados há mais de seis meses, e, finalmente, a toda em população seja qual for a idade.
Fonte: TSF
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