“Bombeiros Não Podem Ser o Parente Pobre da Proteção Civil” - VIDA DE BOMBEIRO

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terça-feira, 27 de abril de 2021

“Bombeiros Não Podem Ser o Parente Pobre da Proteção Civil”

 


O Estado deve olhar para os bombeiros com “olhos justos” para que estes deixem de ser o “parente pobre” da protecção civil, insiste Mário Bruno, comandante dos Voluntários de Alvaiázere.


“Somos aqueles que mais fazemos e trabalhamos, mas depois somos olhados como os que não precisam de nada”, denuncia Mário Bruno, pedindo “mais justiça nas ajudas do Estado aos bombeiros voluntários”, nomeadamente nas equipas de primeira intervenção (EPI).


Para o comandante alvaiazerense, “o Estado não pode olhar para os corpos de bombeiros só como uma tábua de salvação da emergência, tem de criar condições para que as associações humanitárias e os municípios possam ajudar nessa implementação [das EPI]”. “Não basta dizer que os bombeiros são precisos, é necessário dizer como e ajudá-los para que isso seja uma realidade, têm de ser olhados de maneira diferente porque merecem sê-lo”, reforça em declarações ao TERRAS DE SICÓ.


Em tempo de pandemia, as associações humanitárias de bombeiros atravessam momentos complicados, com a perda de receitas devido a ausência de serviços, sobretudo de transporte de doentes não urgentes. A corporação de Alvaiázere não é excepção, a quebra tem sido “brutal” e o cenário “só não é mais negro” porque tem valido o apoio da Câmara Municipal, que “mais uma vez disse presente” e no último ano suportou a aquisição de equipamentos de protecção individual no valor de “quase 50.000 euros”.


“Este auxílio permitiu-nos encarar esta fase com maior segurança, equipados a rigor, e prestar o nosso serviço com qualidade”, realça Mário Bruno. O novo coronavírus atingiu também alguns bombeiros, mas sem nunca colocar em causa a operacionalidade.


Como há mais vida para além da covid, o comandante lembra que a pandemia obrigou a “duplicar os esforços” dos operacionais, porque as doenças súbitas, os acidentes e os incêndios mantêm-se, o que a juntar a algumas “ocorrências atípicas”, desde a crise sanitária ao combate à vespa asiática, tem exigido dos bombeiros uma adaptação às circunstâncias, com “uma resposta pronta e eficaz”, sublinha.


Preparados para a missão


A corporação de Alvaiázere conta com 82 operacionais no corpo activo e uma nova escola de formação com 14 recrutas. “O recrutamento torna-se cada vez mais difícil, ainda por cima em territórios de baixa densidade. No entanto, não tenho razões de queixa, pois ainda agora temos a começar uma recruta com 14 elementos, pessoas que estão prontas para nos ajudar, numa casa em que tanto se faz e pouco ou nada dá a quem lá está”, salienta, referindo-se ao cariz voluntário e altruísta da própria associação e dos seus operacionais.


O quartel da corporação foi requalificado há dois anos e as condições são agora “das melhores que podem existir”, enquanto o parque automóvel se apresenta em bom estado e “é seguro, porque temos tido o cuidado na manutenção das viaturas”. Em processo de aquisição está apenas uma viatura de comando.


Mário Bruno diz sentir “total apoio da direcção”, caso contrário “já não estava no cargo”, agradecendo ao presidente Joaquim Simões e aos restantes órgãos sociais a confiança e colaboração.


“A nossa missão nunca é fácil, por isso mesmo depois da pandemia não podemos esperar facilidades, temos de estar é prontos para qualquer ocorrência”, enfatiza o comandante.


Fonte: Jornal Terras de Sicó

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