Bombeiros Começam Greve com Piquete em Frente ao Quartel - VIDA DE BOMBEIRO

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sexta-feira, 2 de abril de 2021

Bombeiros Começam Greve com Piquete em Frente ao Quartel

 


Um grupo de elementos dos Sapadores Bombeiros de Santarém, afetos ao Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS), está em greve desde as 19 horas desta-sexta-feira, 1 de abril, e promete estender esta ação de protesto durante um mês, até ao primeiro de maio.


Apesar de serem várias as reivindicações legais já apresentadas à entidade patronal, neste caso a Câmara de Santarém, o principal motivo da greve prende-se com a remuneração dos operacionais nos meses em que gozam períodos de férias.


Ao contrário do que é normal na Função Pública, os sapadores do município não cumprem 7 horas de trabalho diário, mas sim turnos de 12 horas, cuja diferença de 5 horas é remunerada na folha salarial como trabalho extraordinário.


Ora, nos meses de férias, essas horas não são contabilizadas e os salários sofrem reduções superiores a 50% em alguns casos, uma situação que o SNBS considera injusta e ilegal, e que quer ver corrigida o mais rapidamente possível.


Grevistas lamentam demora por parte da Câmara de Santarém


“Andamos desde agosto de 2020 a explicar à Câmara que os bombeiros estão a ter grandes prejuízos nos seus salários quando vão de férias, e que a lei não comtempla essa redução”, disse à Rede Regional Ricardo Cunha, dirigente nacional do SNBS, para quem “nestes meses, os bombeiros não podem chegar a casa e dizer às suas famílias que vamos almoçar bom senso e uma salva de palmas porque é aquilo que há para nós comermos”.


Na base da decisão mais radical de partir para a greve, está a demora da Câmara de Santarém em resolver o problema.


Ricardo Cunha explica que os bombeiros sentiram-se “desrespeitados” ao perceber que, sete meses depois do início das negociações, a autarquia ainda anda a pedir um parecer externo à CCDR-LVT para saber como proceder.


E isto depois do SNBS ter apresentado soluções que “a Câmara, pura e simplesmente, não quis considerar”, acrescenta o dirigente sindical.


Contatada pela Rede Regional, a vereadora Inês Barroso refuta quaisquer acusações de que o município possa estar a violar a lei, e sustenta que, pelo contrário, precisa de uma base legal para começar a pagar o que os operacionais reclamam.


“Em primeiro lugar, não existe qualquer incumprimento de pagamentos do que quer que seja aos Bombeiros Sapadores de Santarém”, garante a responsável pelo pelouro dos Recursos Humanos da autarquia, acrescentando que a Câmara sempre “esteve de boa fé quando disse ao sindicato que iria pedir um parecer externo para nos voltarmos a sentar à mesa e conversar sobre o que nos estão a propor”.


Segundo Inês Barroso, a autarquia pagará as verbas que os bombeiros reclamam “quando tiver uma base legal para isso”.


Braço de ferro redunda em greve


A situação parece ter caído numa espécie de braço de ferro entre a autarquia e este sindicato, que promete não desarmar nem recuar.


“Se a Câmara quiser resolver isto a bem e for ao encontro do que os bombeiros consideram justo, a greve é desmarcada na hora”, explica Ricardo Cunha, mas acrescenta que “mediante aquilo que venha a acontecer, veremos se poderá ser prolongada”.


A autarquia lamenta a posição tomada pelos operacionais afetos a este sindicato, uma vez que as restantes organizações sindicais já se desmarcaram desta forma de protesto.


“Lamento que interrompam as negociações para fazer greve, e uma greve de 30 dias em pleno estado de emergência. É só isto que quero deixar para pensarmos”, afirma Inês Barroso.


Mesmo que a greve se mantenha, ambas as partes garantem que o socorro urgente às populações nunca ficará, de forma alguma, comprometido.


Fonte: Rede Regional

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