25 de Abril, Sempre! (Viva!)
Agora numa nota mais séria, tem o seu quê de piada que as celebrações do tão famoso e importante “Dia da Liberdade“ tenham sido suspensas, considerando os tempos em que vivemos (e não, não estou a falar só de COVID).
Mas nem tudo são desgraças neste nosso cantinho à beira mar plantado. A vida retorna à normalidade, aos poucos. Já todos podemos desfrutar de uma refeição num qualquer espaço comercial dedicado a isso e, com um bocado de semicerrar os olhos, imaginar como se nada disto tivesse acontecido. Isto é, até àquela tosse aparecer assim do nada…
Quanto à malta tanto do Pré-hospitalar como dos hospitais, muito pouco muda, só não levámos com aqueles olhares estranhos quando formos buscar o almoço às 16h30. Aliás, muito vai mudar, com a quantidade de tempo que a malta esteve enfiada em casa, vai tudo a correr para as urgências, com a sua panóplia de maleitas, que certamente são tão mais graves há quanto mais tempo importunam o seu portador e que, obviamente, justificam activação de CODU pelas 3h47 (toda a gente sabe que de noite é mais rápido ser visto).
No dia em que se festeja a liberdade penso e volto a pensar na falta dela no mundo dos bombeiros (para alguns ) e no excesso dela para outros , neste cantinho à beira mar plantado ainda fala quem pode e obedece quem deve de norte a sul vamos tentando o nosso melhor a cada turno (profissional) e a cada piquete (voluntário).
Numa classe já à muito vagueia " Sem Rei nem Roque " onde onde o mérito é empurrado para debaixo do tapete quando incomoda aqueles que fazem da antiguidade posto , posto esse que em nada enaltece nem trás luz mas que vai permanecendo esmagando a liberdade dos que querem fazer melhor .
Não esquecer que os pirómanos estão há tempo demais sem mandar sequer umas brasas para o quintal do vizinho. Por isso preparem-se para a abertura prematura da época de incêndios.
Tem a sua piada que no dia da liberdade, não há liberdade para celebrar, mas para nós, bombeiros, vai estar tudo a arder. Quer figurativa, quer literalmente. Ou, como nós gostamos de lhe chamar, um domingo normal.
Ariana Ribeiro
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