Bombeiros do Montijo Contestam Direção e Questionam Aplicação de 55.000 Euros de Apoio Municipal - VIDA DE BOMBEIRO

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sábado, 20 de março de 2021

Bombeiros do Montijo Contestam Direção e Questionam Aplicação de 55.000 Euros de Apoio Municipal

 


Um grupo de bombeiros voluntários do Montijo, que diz representar 57 dos 64 elementos da corporação, acusa a direção de não dar explicações sobre a utilização de cerca de 55.000 euros dos apoios financeiros recebidos do município.


A direção da Associação dos Bombeiros Voluntários do Montijo nega eventuais irregularidades e a Câmara Municipal dá-se por satisfeita com as explicações que recebeu daquela entidade, mas nem a autarquia nem a direção dos bombeiros revelaram o destino dado aos 55.000 euros.


As suspeitas levantadas pelos bombeiros estão relacionadas com uma adenda ao protocolo celebrado em 2019 entre a direção dos bombeiros e a Câmara Municipal do Montijo, para um financiamento de 5.000 euros por mês (60.000 euros/ano) para a criação e manutenção de um serviço de Piquete de Prevenção Permanente´ de cinco bombeiros.


O objetivo da adenda aprovada em abril do ano passado era dar resposta a solicitações no período noturno, feriados e fins de semana, mas os bombeiros alegam que, dos 60.000 euros que terão sido recebidos pela corporação, só 5.000 euros foram efetivamente utilizados para o pagamento de piquetes.


“Há dinheiros públicos da câmara municipal, que são dados à direção com um fim específico, nomeadamente a referida verba de 5.000 euros por mês, para ser aplicada no pagamento dos piquetes de voluntários. E não foi”, disse à agência Lusa um bombeiro que pediu anonimato.


“Só no final do ano passado é que a direção informou que, se o dinheiro para pagar aos bombeiros voluntários não fosse aplicado para esse efeito, seria aplicado na vertente operacional”, corroborou outro elemento da corporação, sublinhando, no entanto, que os bombeiros não conseguem perceber onde foi gasto aquele dinheiro.


A par da suspeita que levantam em torno da utilização de dinheiros públicos, os contestatários exigem a demissão da atual direção, por alegada “incompetência”, que dizem ter como consequência “uma degradação da prestação de socorro à população, com mais de 150 serviços recusados desde novembro último, por falta de pessoal”.


“Esses serviços foram assegurados por outras corporações, o que significa que, em muitos casos, o socorro à população local foi muito mais demorado”, afirmam os bombeiros do Montijo.


Deixam também em aberto a possibilidade de grande parte do efetivo da corporação pedir a “inatividade”, face ao comportamento dos atuais dirigentes, que, dizem, “revelam total desconhecimento sobre os bombeiros e comportam-se como se estivessem a dirigir uma coletividade”.


Os bombeiros denunciam também a alegada “falta de manutenção adequada das instalações – chove nos quartos/camaratas – e das viaturas de socorro, que só é feita, praticamente, quando já não estão operacionais”.


Em comunicado, a direção dos Bombeiros do Montijo defende que a contestação à direção está relacionada com a decisão tomada de substituir o atual comandante interino (2º comandante) e toda a estrutura de comando.


Sustenta ainda que as falhas operacionais não são da responsabilidade da direção dos Bombeiros, mas da estrutura de Comando, que vai ser substituída em breve.


A direção dos Bombeiros do Montijo refuta também todas as acusações sobre a eventual utilização indevida de dinheiros públicos, que garante ter procurado sempre   aplicar nos fins a que se destinam, “com uma ou outra derivação, mas sempre em favor dos bombeiros e da vertente do socorro”.


“Está tudo legal e esta Direção é composta por pessoas de bem, idóneas e com provas dadas noutras instituições de reconhecido mérito, logo, não nos revemos nas alegações que nos estão a ser apontadas”, acrescenta a direção dos Bombeiros do Montijo, sem esclarecer onde aplicou o montante em causa.


O presidente da câmara do Montijo, Nuno Canta (PS), remete para a direção dos Bombeiros qualquer esclarecimento sobre a utilização dos apoios financeiros dados pela autarquia, mas diz estar “confortável” com as explicações que lhe foram dadas pelos responsáveis dos Bombeiros.


Quanto a alegadas dificuldades operacionais dos bombeiros do Montijo, Nuno Canta disse ter a informação do CDOS (Comando Distrital de Operações de Socorro) de Setúbal de que todo o sistema está a funcionar normalmente e que não há qualquer problema na prestação de socorro à população do Montijo.


Fonte: semmais.pt

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