"Há doentes a morrer com outras patologias porque se esqueceram que há outras patologias" - VIDA DE BOMBEIRO

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

domingo, 17 de janeiro de 2021

"Há doentes a morrer com outras patologias porque se esqueceram que há outras patologias"

 


O socorro pré-hospitalar em Portugal está a falhar. O alerta é do presidente da Sociedade Portuguesa de Emergência Médica Pré-Hospitalar (SPEPH) que, em declarações à TSF, considera a prova de que é preciso mudar está na sobrecarga dos hospitais centrais e distritais, onde há ambulâncias a acumular-se à porta das urgências enquanto esperam para deixarem entrar os doentes.


Vítor Matos alerta que os doentes não-Covid estão a ser esquecidos e defende, na TSF, que os serviços de saúde estão no limite porque "quase todos" os doentes dão entrada na urgência "catalogados como Covid".


"Há toda a restante emergência, que continua a existir diariamente, parece que se esqueceu. Há doentes a morrer com outras patologias porque se esqueceram que há outras patologias. Hoje só se vê Covid, Covid, Covid", lamenta o presidente da SPEPH.


O líder da sociedade médica alerta mesmo que os hospitais "estão sobrecarregadas com suspeitas de Covid", e que a "maior parte" das pessoas acaba por não ver a infeção por SARS-CoV-2 ser confirmada. Tem de haver um trabalho de terreno para que isto não aconteça."


Perante esta situação, Vítor Matos defende uma reorganização do sistema de triagem de doentes para evitar que colapse. As centrais de emergência "terão de ter uma malha cada vez mais apertada para perceber o que é realmente uma emergência" e se se justifica o envio de uma ambulância de emergência.


Os doentes com sintomas associados à Covid-19 "eventualmente não necessitarão de um meio tão diferenciado" e poderiam, na ótica de Vítor Matos, ser reencaminhados "para um centro especializado", algo que neste momento não acontece, criando aglomerações e sobrecargas nas zonas urbanas.


Vítor Matos sugere também que os doentes não-prioritários sejam direcionados para os "serviços de urgência básica, que estão a funcionar", de modo a aliviar os hospitais e evitar também que os pacientes esperem "tantas horas dentros de uma ambulância".


A SPEPH sublinha ainda não entender porque é que os profissionais de emergência médica não fazem parte do grupo prioritário na vacinação contra a Covid-19, assim como os bombeiros e a Cruz Vermelha Portuguesa.


Fonte: TSF

Sem comentários:

Enviar um comentário