Drone Capaz de Voar Mil Quilómetros Vai Levar Órgãos - VIDA DE BOMBEIRO

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Drone Capaz de Voar Mil Quilómetros Vai Levar Órgãos

 


Equipa de enfermeiros, engenheiros e estudantes ganham concurso e prémio de quatro mil euros, que permitirá conceber um protótipo.


"E se nós conseguirmos criar uma forma de transporte de órgãos mais veloz e mais segura"? A resposta à pergunta de João Paulo Figueiredo resultou na criação de um conceito de um drone capaz de voar até mil quilómetros, a uma velocidade máxima de 300 km/hora, para transportar órgãos para transplante, sangue, medicamentos e até análises urgentes. O conceito é da equipa portuguesa ByoHope, vencedora do concurso Life Enablers, é constituída por João Paulo Figueiredo, Paulo Ferreira, Fábio Rodrigues, Ana Luísa Santos e Renato Machado, um grupo de enfermeiros e de engenheiros.


Até novembro de 2019, as 41 ideias candidatas ao concurso da farmacêutica Takeda já estavam desenhadas e submetidas para uma primeira avaliação. O principal objetivo da iniciativa é ajudar a criar e a desenvolver soluções que melhorem a vida dos doentes. Foi isso que a equipa de estudantes e de recém-licenciados procurou no mercado da medicina e da enfermagem. Paulo Ferreira, João Paulo Figueiredo, Fábio Rodrigues, Ana Luísa Santos e Renato Machado são enfermeiros, engenheiros e estudantes.


A equipa procurou encontrar uma solução para o problema de transporte de órgãos em Portugal, que reduzisse custos, distância e o perigo no transporte. "A melhor resposta" a este problema é um drone com a capacidade de carregar 12 a 15 quilos, conta Fábio Rodrigues. João Paulo Figueiredo diz que "falta uma conexão entre engenharia e enfermagem" e este conceito vem colmatar a falha que existe no mercado. A proposta, ainda na fase de conceito, concebe um drone com autonomia até mil quilómetros, capaz de voar a 300 km/h.


O transporte de órgãos em solução salina e gelo deverá ser feito numa bolsa de transporte que já hoje existe, acoplada ao drone. João Paulo Figueiredo garante que o produto mais utilizado em Portugal é uma simples bolsa térmica, mas existem equipamentos tecnológicos que permitem manter "a parte vascular do órgão a funcionar", irrigando-o no voo.


O prémio de quatro mil euros vai permitir ao grupo adquirir peças e equipamentos para que possam construir um pequeno protótipo da ideia. Como diz Paulo Ferreira, "mostrar e ter faz toda a diferença" para conseguir estabelecer parcerias com entidades a nível nacional, que permitam obter mais investimento e oportunidades de mercado.


O objetivo final do projeto é "funcionar como rede nacional otimizada", tendo o Ministério da Saúde como principal cliente. No entanto, a certificação necessária para aprovação do equipamento vai permitir expandir o mercado ao transporte de sangue, medicamentos, análises urgentes, e outros.


Paulo Ferreira assume-se como um dos "muito confiantes" no potencial vencedor do projeto. Fábio Rodrigues sabia que "tínhamos essa capacidade", mas admite que foi "renhido". No entanto, admite que o principal sucesso do conceito no concurso foi "o desenvolvimento da ideia". Paulo Ferreira assume que "foi uma surpresa" terem ganho o concurso, considerando que as outras quatro ideias finalistas eram "muito boas".


A certificação do drone é um processo que pode demorar entre cinco e sete anos, mas a equipa vai trabalhar com a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) "para facilitar e ajudar a certificação do produto", conta João Paulo Figueiredo. Paulo Ferreira mostra gratidão à iniciativa da farmacêutica Takeda, que juntou os membros da equipa, contribuindo para a sua "embrionária amizade". Fábio Rodrigues salienta a necessidade de investir num transporte seguro para os órgãos para transplante, porque "o órgão é uma pessoa, o órgão vale uma vida".


Esta foi a segunda edição do concurso Life Enablers, sendo que os vencedores da edição anterior foi o grupo EBIMed, constituído por alunos da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa, com um conceito de um monitor de tosse, que hoje se encontra em contacto com potenciais investidores para levar o produto para o mercado.


Fonte: JN

Sem comentários:

Enviar um comentário