Covid-19: Equipamentos de proteção individual começam a faltar aos Bombeiros do Distrito de Évora - VIDA DE BOMBEIRO

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terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Covid-19: Equipamentos de proteção individual começam a faltar aos Bombeiros do Distrito de Évora

 


A situação epidemiológica na região alentejana tem vindo a evoluir negativamente, com o número de novos casos de Covid-19 a aumentar.


Dada a situação registada nos últimos meses e em especial nos últimos dias, o número de transportes realizados pelos Bombeiros do distrito de Évora aumentou exponencialmente o que fez aumentar o consumo de equipamentos de proteção individual.


Com o aumento do consumo dos equipamentos de proteção individual (EPIS) por parte dos bombeiros, fez assim aumentar os custos de funcionamento das corporações de bombeiros que têm praticamente custeado todos os equipamentos utilizados e algumas estão já em graves dificuldades financeiras.


Sabemos que nos últimos dias, a Federação de Bombeiros do Distrito de Évora enviou uma mensagem de alerta aos presidentes de câmara das 14 autarquias do distrito de Évora pedindo apoio para aquisição de EPIS ou que lhes sejam fornecidos os EPIS para proteção dos seus bombeiros e dos utentes e vítimas que transportam/socorrem.


ODigital.pt falou com o Presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Évora, Inácio Esperança, que começa por explicar que “os equipamentos de proteção são as corporações que estão a suportar”, acrescentando que “em todas as reuniões da Comissão Distrital de Proteção Civil tenho feito um apelo para que os municípios ou outras entidades como ARS [Administração Regional de Saúde] ou o próprio Hospital de Évora nos ajudem com os equipamentos proteção individual para o transporte”.


Inácio Esperança refere que “neste momento está a ser um custo enorme para as associações, pois só para terem uma ideia gastamos cerca de 20 mil euros em equipamento, nas 14 corporações, mensalmente”, acrescentando que “no final de novembro e em emergência a Federação teve que adquirir cerca de 5.700 euros de equipamento para distribuir para corpos de bombeiros que estavam em rutura com equipamentos, nomeadamente batas, luvas e máscaras FFP3. O que fizemos e distribuímos para estas instituições mas não podemos continuar a fazer isto e a suportar estes custos”.


O representante dos Bombeiros do Distrito de Évora detalha que “num serviço efetuado dentro de um raio de 20 KM do quartel para o Hospital do Espírito Santo por 7,5€, que é a taxa de saída, e só em equipamento de proteção individual gastamos 25€, portanto é incomportável”.


“Alguém tem que olhar para isto, porque de facto a asfixia financeira, com os atrasos no pagamento por parte de algumas entidades públicas, com o facto de não ter chegado às associações o apoio financeiro que o governo disse que iria dar no ano anterior e, portanto, a asfixia financeira é uma realidade em muitas associações começamos a ter dificuldade para pagar gasóleo, começamos a ter dificuldade para comprar equipamento de proteção individual e se não nos ajudarem a questão pode-se complicar”, explicou Inácio Esperança.


Questionado se neste momento há Corporações de Bombeiros do distrito de Évora com dificuldades no combate à Covid-19 por falta de equipamento, Inácio Esperança afirma que “algumas associações já me reportaram que estavam com dificuldade e por isso comprámos aquele equipamento, mas aquele equipamento dará para uma semana, portanto, na próxima semana vão ter novamente dificuldades e posso dar os exemplos daquelas que estão a ser mais assoladas pela pandemia como é Évora, Viana do Alentejo, Vendas Novas ou até Mora que efetivamente têm dificuldades deste tipo de equipamentos e há surtos ativos em todos estes concelhos, com dimensões consideráveis, há muitos transportes que até estão a ser feitos não só por eles mas também por outras corporações vizinhas porque não são capazes de dar resposta a tudo”.


Já sobre a proveniência de possíveis apoios, Inácio Esperança deixa claro que “quando o Ministério da Saúde manda fazer um serviço deve paga-lo, ou o Hospital de Évora quando manda fazer um serviço deve paga-lo e acho que a ARS de igual forma, portanto, quem manda fazer os serviços devia suportar os custos com EPIS, era mais justo para todos, mas já que assim não é, em SOS apelo aos senhores seus presidentes de câmara, porque alguns já o fazem, que ajudem as suas associações de comprando equipamentos de proteção individual”.


Perante todas as dificuldades, Inácio Esperança afirma ainda que “enquanto instituições, há Associações de Bombeiros que correm o risco de falir, mas atenção que enquanto Associações Humanitárias não acontecerá porque há voluntários que prestaram obviamente sempre o socorro à população e farão o seu melhor.”


Fonte: O Digital

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