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Foto: Oscar Rodrigues |
O fogo que deflagrou em Proença-a-Nova no domingo regista um perímetro com mais de 55 quilómetros.
"Nas primeiras duas horas e 40 minutos [do início do incêndio], queimou quase 2300 hectares. Manteve-se com esta energia durante toda a noite e, ao contrário das expectativas de que a noite trouxesse alguns benefícios para combater, isso não veio a acontecer", afirmou o Comandante Operacional de Agrupamento Distrital do Centro Sul, Luís Belo Costa, durante a conferência de imprensa que esta segunda-feira teve lugar no posto de comando, em Sobreira Formosa, no concelho de Proença-a-Nova.
Segundo o responsável, apesar do tempo "mais encoberto e fresco" que se registou hoje de manhã, o dispositivo de combate não tem conseguido "colocar meios a combater na linha de propagação do incêndio", que alastrou aos concelhos de Oleiros e Castelo Branco.
As aldeias que motivam mais preocupação à Proteção Civil situam-se todas no concelho de Oleiros, já que estão na linha de propagação do incêndio, que tem "uma frente muito viva e com uma carga de combustível disponível extraordinária". Até ao momento, já foram retiradas 20 a 30 pessoas de aldeias de Oleiros, estando a ser preparado um plano de evacuação para algumas localidades.
Segundo o capitão da GNR de Castelo Branco, Jorge Massano, face às características do incêndio e à velocidade de propagação, tem-se optado, sobretudo, por aplicar um confinamento das aldeias na linha do incêndio, impedindo o movimento de viaturas e pessoas nessas localidades.
"A nossa ação está, neste momento, muito confinada àquilo que é a defesa de pessoas e do parque habitacional", acrescentou Luís Belo Costa, referindo que tem sido impossível o combate direto à cabeça do incêndio, sendo a estratégia seguida neste momento a de se retirar energia nos flancos do fogo.
É nos flancos que o combate tem registado "alguma taxa de sucesso", notou Belo Costa, referindo que esse é um "trabalho moroso e de paciência".
O responsável disse acreditar que só ao final do dia ou início da noite seja possível começar a colher "resultados" e conseguir combater diretamente a cabeça do incêndio. Neste momento, entre as máquinas de rasto a trabalhar e as que estão a chegar, estão empenhados "16 equipamentos deste género", com Belo Costa a classificar a operação de "bastante complexa".
Para além do vento e da orografia, o comandante realçou as dificuldades de combate numa zona de "mancha florestal contínua" e com uma "rede viária muito deficitária".
Fonte: JN
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