Bombeira Pôs Cobertor em Cima do Filho para o Sufocar - VIDA DE BOMBEIRO

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quinta-feira, 9 de julho de 2020

Bombeira Pôs Cobertor em Cima do Filho para o Sufocar


A magistrada do Ministério Público lembrou esta quarta-feira, no Campus de Justiça, em Lisboa, as declarações do menino de sete anos. Ouvido pelo juiz, ainda no inquérito, relatou como a mãe o tentou afogar. “Puxou-me pelo pés. Atirou-me à água. Era muito fundo, fiquei a esbracejar”, descreveu o menor. Quando lhe perguntaram se se lembrava do segundo ataque, respondeu que sim. E, com a voz sumida, disse: “Foi a minha mãe. Tapou-me com um cobertor. Estava em cima de mim. Eu não conseguia respirar.”

Patrícia, de 29 anos, que está acusada de sete tentativas de homicídio - em cinco ministrou clorofórmio no soro do filho, sendo detida quando este estava internado no Hospital D. Estefânia, Lisboa -, limpava as lágrimas enquanto ouvia a magistrada. A procuradora pediu uma pena próxima da máxima - 25 anos - para a bombeira das Caldas da Rainha.

“Disse-nos aqui que não se sentia valorizada, mas os filhos não nos têm de agradecer por terem nascido”, realçou a magistrada, que chamou ainda a atenção para o depoimento de uma das médicas.

“Às vezes, lidamos com papéis e não percebemos a gravidade de algumas coisas. O que a testemunha aqui nos relatou foi o sofrimento desta criança. Disse que sangrava por todo lado. E que morreu cinco vezes. Mas foi reanimada”, lembrou. A procuradora referiu que os esquecimentos ‘cirúrgicos’ de Patrícia também não a favorecem: “Não confessa integralmente. Sobre os atos em si, quando tentava matar o filho, diz que não se lembra.”

Na sessão de ontem foi ainda ouvida a mãe da arguida. “Como avó, não lhe perdoo o que fez ao meu neto. Mas, como mãe, não a abandono”, disse a familiar, entre lágrimas, contando que a filha não mostrava sinais de ter uma má relação com a criança, pois “parecia ser exemplar, muito extremosa e cuidadosa”.

PORMENORES
Crimes ‘consumidos’
Patrícia estava acusada de sete crimes de ofensas corporais agravadas e ainda um crime de violência doméstica, mas o MP diz que são ‘consumidos’ pelas tentativas de homicídio.

Poder paternal
A procuradora do Ministério Público pede a pena acessória de perda do poder parental para a arguida.

Danos nos pulmões
Um dos pulmões do menino deixou de funcionar e as lesões psicológicas são quase irreparáveis, sublinhou ainda a magistrada durante as alegações.

Fonte: Correio da Manhã

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