São muitas as dúvidas. A primeira é a hora em que Valentina desapareceu. O alerta foi dado às 8h30 de quinta-feira, mas o pai viu a filha pela última vez por volta da uma da madrugada. Terá ido aconchegar a menina à cama, mas desconhece-se se Valentina desapareceu ainda durante a noite.
A criança estava há uma semana na casa do pai, em Atouguia da Baleia, no concelho de Peniche. Daria mostras de estar triste; a alteração das rotinas - a ausência da escola e a impossibilidade de estar com os amigos - poderá ter perturbado a menina.
Também não era a primeira vez que ‘fugia’ de casa. Tinha-o feito pelo menos uma vez, o ano passado, por ter saudades da mãe. Foi encontrada em pouco tempo e não muito longe. Agora, tudo é diferente. Valentina continuava desaparecida e, à hora de fecho desta edição, as autoridades não tinham rasto da criança. Não havia sinais de intervenção de terceiros e nenhum indício de qualquer ato de violência na casa. Também o facto de a criança ter saído de pijama, chinelos e com apenas um casaco poderá levar a que pensasse que não andaria muito. Poderia pretender regressar.
Outra hipótese, aventada pela família, é que a criança tivesse tido uma crise de sonambulismo. A possibilidade é porém pouco provável, sendo certo que a menina tinha muito medo do escuro. Valentina também não tinha telemóvel, nem acesso à internet. Esta sexta-feira, a PJ lutava contra o tempo. Contava com a colaboração de diversas entidades, mas sabia que as horas jogavam contra a criança. A possibilidade de acidente era a mais forte.
Avô sente-se mal e tem de ser apoiado
O avô de Valentina não escondia a dor. Esteve sempre acompanhado da filha e do ex-genro e chegou a sentir-se mal. Os pais, esses, mantiveram-se muitas vezes na casa e estavam também visivelmente combalidos.
Houve mesmo a necessidade de chamar meios de socorro para assistir o homem. Teve de sentar-se a descansar e foi depois apoiado pela equipa médica. Mesmo assim, quis manter-se no local e a acompanhar a família.
Um tio, ao Correio da Manhã , também não conseguiu explicar o que poderá ter acontecido. Revelou apenas que esta não teria sido a primeira vez que a criança desapareceu da casa do pai. "Deve ter saído de casa pela manhã", adiantou, revelando ainda que "quando o irmão acordou a menina já não estava em casa".
Desconhece-se a hora exata que a menor desapareceu, mas o pai verificou a sua ausência pelas oito da manhã de quinta-feira. Meia hora depois já o alerta tinha sido dado à GNR - presumindo-se que antes disso o pai terá tentado procurar a menor nas proximidades da casa, só depois é que chamou as autoridades policiais e deu o alerta.
Buscas na barragem, na zona da praia e nos campos agrícolas
Desde quinta-feira que as buscas não param. As autoridades avançaram para várias zonas. Houve buscas na zona da barragem, não muito longe, na zona da praia e também nos campos agrícolas nas imediações. O facto de haver muitos poços e também na zona da praia o terreno ser bastante acidentado faz com que a polícia tema o pior. As buscas, alargadas ao perímetro da freguesia, que tem 46 quilómetros quadrados, contaram com a utilização de seis cães pisteiros e com recurso a drones.
Alargar perímetro para procurar
O perímetro das buscas foi sendo alargado ao longo de todo o dia de sexta-feira. As autoridades temem que a criança se possa afastar da zona de onde desapareceu, já que, por ter nove anos, apresenta uma grande mobilidade. Nenhuma pista foi encontrada.
Confinamento leva a que ninguém veja
A freguesia tem cerca de nove mil habitantes e a vila de Atouguia da Baleia mais de três mil. Devido ao confinamento não se veem muitas pessoas na rua, o que poderá levado a que ninguém se apercebesse.
Procurar indícios de entrada de estranhos
A Judiciária de Leiria fez buscas na casa - quer no interior, quer no exterior - para perceber se havia indícios da entrada de terceiros. Até ao fecho desta edição, não havia qualquer sinal de ter sido um rapto.
Judiciária faz perícias no local
A Polícia Judiciária de Leiria tem estado desde as primeiras horas no local. Foram já feitas perícias na zona, para tentar descobrir o paradeiro da criança. Foram também feitas perícias na casa da qual Valentina desapareceu, ao que tudo indica na madrugada de quinta.
PORMENORES
Populares ajudam
Os populares ajudam nas buscas e tentam também encontrar o rasto de Valentina. Nada para já encontraram.
Vizinhos recentes
Os vizinhos dão conta de que não conheciam ainda muito bem a família. Estão apenas a morar na freguesia há pouco mais de um mês.
Trabalham na zona
O pai, Sandro Bernardo, natural de Peniche, trabalha na Thai Union Group (indústria conserveira de Peniche). A mãe, Sónia Fonseca, natural do Bombarral, labora numa central fruteira.
Fonte: Correio da Manhã
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