Dezenas de Modelos de Ventiladores Dificultam Tarefa dos Profissionais - VIDA DE BOMBEIRO

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segunda-feira, 4 de maio de 2020

Dezenas de Modelos de Ventiladores Dificultam Tarefa dos Profissionais


Health Cluster Portugal desenvolveu plataforma digital para apoiar médicos e enfermeiros a usar equipamentos. Projeto-piloto começa dia 10 em Braga e no Porto.

Há hospitais que chegam a ter 16 modelos diferentes de ventiladores nas unidades de cuidados intensivos, o que frequentemente levanta dúvidas aos profissionais de saúde que os operam. Para dar resposta a estas dificuldades e à eventual necessidade de rapidamente formar médicos e enfermeiros que possam dar apoio nestas unidades mais diferenciadas, o Health Cluster Portugal (HCP) desenvolveu uma plataforma digital que começa a ser testada, no próximo dia 10, nos hospitais de Braga e de S. João. O objetivo é depois alargar a todo o país.

Além dos equipamentos novos e outros mais antigos que os hospitais já têm, há novos ventiladores a serem produzidos no país e outros que ainda estão para chegar. O caso recente das máquinas que vieram da China com botões e indicadores em mandarim mostra como pode tornar-se complexa a tarefa de médicos e enfermeiros na linha da frente.

Saber manusear diversos modelos de ventiladores foi, aliás, uma preocupação manifestada por profissionais de saúde ao HCP e que esteve na base do projeto "CovidVentilSupport", um dos 19 vencedores da iniciativa desenvolvida pela Gulbenkian, EDP e Cuatrecasas para apoiar a criação de soluções digitais para combate à pandemia.

Linha para emergências

O projeto tem duas vertentes: uma plataforma digital, integrada com conteúdos intuitivos e de leitura rápida que permitem perceber as equivalências entre modelos; e uma linha telefónica sustentada por médicos especialistas com experiência em equipamentos de ventilação mecânica invasiva, para uma resposta mais imediata.

"É uma linha de emergência para que os clínicos possam rapidamente tirar dúvidas com especialistas que fazem parte de uma bolsa de contactos", explicou, ao JN, Patrícia Patrício, responsável pela gestão do projeto do HCP. A plataforma será disponibilizada em breve no site do Centro de Medicina Digital P5, da Universidade do Minho.

Já o alargamento do "CovidVentilSupport" aos restantes hospitais do país, acrescentou Patrícia Patrício, está a ser concertado com o presidente da Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva para a Covid-19, João Gouveia.

O projeto foi também pensado para dar formação rápida a profissionais de saúde que possam dar apoio nas unidades de cuidados intensivos. "Numa situação de exaustão, em que não teríamos recursos humanos suficientes para operar os ventiladores", refere Patrícia Patrício, pode ser usado para formar outros médicos e enfermeiros.

Recrutar profissionais de outros serviços hospitalares para as unidades de cuidados intensivos, para darem apoio sob supervisão de intensivistas, internistas e outros, é uma das estratégias da Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva para a Covid-19. 

Também o diretor do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo de Infeções, José Artur Paiva, defendeu, em entrevista ao JN, que os hospitais devem preparar-se para as próximas ondas da pandemia alocando aos cuidados intensivos profissionais de saúde que trabalham noutros serviços, mas com vocação para a Medicina Intensiva.

Fonte: JN

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